São Paulo, sexta-feira, 22 de novembro de 2002

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Aliança apóia intervenção da ONU no Iraque

DA REDAÇÃO

Os 19 países-membros da Otan (aliança militar ocidental) concordaram ontem em apoiar os esforços da ONU para desarmar o Iraque, mas, divididos em relação à perspectiva de um possível conflito, não prometeram ir à guerra por causa da questão.
Um comunicado divulgado durante a reunião da aliança em Praga dizia: "Os aliados da Otan estavam unidos em seu compromisso de tomar medidas efetivas para auxiliar e apoiar os esforços da ONU para assegurar que o Iraque cumpra integral e imediatamente a resolução 1441 do Conselho de Segurança da ONU".
Essa resolução, aprovada dia 8, determina a volta de inspetores da ONU ao Iraque após uma ausência de quatro anos para que eles encontrem e destruam as armas químicas, biológicas e nucleares que Washington crê que Bagdá esteja escondendo. Uma equipe de técnicos da ONU passou dois dias em Bagdá nesta semana.
"Lembramos que o CS advertiu o Iraque de que o país enfrentará sérias consequências se continuar violando suas obrigações", afirmava o comunicado.
Alemanha (leia texto acima) e França assinaram a declaração da Otan, mas reafirmaram seu distanciamento de alguns aspectos da política americana.
Diplomatas disseram que os EUA pressionaram por uma declaração mais forte de apoio a seus esforços para desarmar o Iraque, usando a força se necessário, mas que a oposição de alguns aliados fez com que os termos fossem amenizados no comunicado final.

Coalizão
Os EUA pediram a cerca de 50 países nesta semana que dissessem com o que colaborariam para construir uma coalizão militar caso seja necessário usar a força para desarmar o Iraque.
Um funcionário do governo francês disse após um encontro entre os presidentes dos EUA, George W. Bush, e da França, Jacques Chirac, que Paris não se comprometeria a nada antes de o CS discutir o uso da força.
Austrália e Coréia do Sul afirmaram ontem que ainda não haviam decidido se colaborariam.

Zona de exclusão
Aviões militares americanos e britânicos voltaram a bombardear ontem a zona de exclusão aérea no sul do Iraque.
Segundo o Pentágono, o alvo era um radar de defesa aérea iraquiano, atacado porque forças iraquianas haviam sido vistas movendo uma bateria de mísseis para a zona de exclusão.
De acordo com o governo do Iraque, caças ocidentais bombardearam alvos civis e foram "expulsos" por ataques antiaéreos iraquianos.
O Iraque não reconhece as zonas de exclusão aérea criadas unilateralmente pelos EUA e aliados ocidentais após a Guerra do Golfo de 1991 para evitar que Bagdá atacasse rebeldes curdos (no norte do país) e xiitas (no sul).


Com agências internacionais


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