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Casal Kirchner não teve enriquecimento ilícito, decide Justiça
Patrimônio de presidente da Argentina e marido cresceu 158% no ano passado e 572% desde 2003
DE BUENOS AIRES
A presidente da Argentina,
Cristina Kirchner, e seu marido, o ex-presidente Néstor
Kirchner (2003-2007), foram
absolvidos ontem no processo
que apurava suposto enriquecimento ilícito do casal.
O patrimônio dos Kirchner
cresceu 158% em 2008 -saltou
de 17,8 milhões de pesos (US$
4,6 milhões) a 46 milhões de
pesos (US$ 12 milhões)-, conforme sua declaração de renda.
Desde 2003, os Kirchner
contabilizam um aumento de
patrimônio de 572%. Ambos
são advogados, mas concentram seus negócios nos setores
imobiliário e hoteleiro na Província de Santa Cruz (sul do
país), terra natal de Néstor.
A denúncia de suposto "enriquecimento ilícito" foi feita pelo advogado Enrique Piragini,
quando se tornou pública a declaração de renda do casal presidencial. Piragini disse que o
incremento do patrimônio era
"exorbitante".
Numa sucinta resposta à repercussão que o assunto teve
na Argentina, Cristina afirmou,
em agosto passado, que sua declaração de renda era pública e
"clara como poucas".
Ontem, o juiz Norberto
Oyarbide anunciou que arquivaria a causa, porque não foram
identificadas irregularidades
nas contas apresentadas pelo
casal, segundo perícia executada por especialistas da Suprema Corte de Justiça.
Essa é a terceira causa envolvendo a suspeita de enriquecimento ilícito dos Kirchner a ser
arquivada pela Justiça.
A deputada opositora Elisa
Carrió (Coalizão Cívica) afirmou que denunciará o juiz
Oyarbide por avaliar que a decisão dele "demonstra clara parcialidade e grave suspeita de
corrupção".
(SILVANA ARANTES)
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