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LONDRES
Manifestação reuniu 150
Ato lembra seis meses da morte de brasileiro
FÁBIO VICTOR
DE LONDRES
Com samba-reggae e palavras
de ordem, ativistas e parentes de
Jean Charles de Menezes lembraram ontem, em Londres, os seis
meses da morte do eletricista brasileiro, assassinado pela polícia
por engano, ao ser confundido
com um terrorista. Cerca de 150
pessoas, na maioria integrantes
de entidades de direitos humanos, reuniram-se em frente à estação de Stockwell, local do crime.
Sob a cadência dos tambores da
Banda Erê, formada por brasileiros e britânicos, pediram pressa
na punição para os culpados. "O
que nós queremos?", perguntava
o orador. "Justiça", respondia o
público. "Quando?", insistia.
"Já!", devolvia a platéia.
Vívian Figueiredo, prima que
dividia o apartamento com Jean
Charles, leu uma carta com sua visão sobre o episódio. Alex Pereira
e Patrícia Armani, outros primos
que vivem em Londres, também
falaram, assim como Harriet Wistrich, advogada da família.
Antes, por volta das 10h, horário
em que ocorreu o assassinato em
22 de julho, os primos de Jean
Charles foram ao santuário montado em frente à estação e depositaram flores e cartas.
A pressão da campanha "Justice4Jean" e dos parentes vem num
momento-chave para o desfecho
do caso. Na última quinta-feira, a
IPCC, comissão independente
que investiga a morte, enviou o
seu relatório final para o CPS,
equivalente ao Ministério Público
britânico, a quem caberá pedir ou
não a abertura de processos contra os policiais envolvidos.
Não se sabe em quanto tempo o
CPS tomará sua decisão -fala-se
até em meses. O grupo de apoio à
família de Jean Charles pressiona
para que ocorra até 23 de fevereiro, quando haverá sessão do inquérito aberto em casos de morte
não-natural no Reino Unido.
A IPCC negocia com a família a
ida a Gonzaga (MG), cidade natal
de Jean Charles, onde vivem seus
pais, para informá-los sobre o
teor do relatório, mas não deve
entregar-lhes uma cópia.
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