São Paulo, segunda-feira, 23 de janeiro de 2006

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LONDRES

Manifestação reuniu 150

Ato lembra seis meses da morte de brasileiro

FÁBIO VICTOR
DE LONDRES

Com samba-reggae e palavras de ordem, ativistas e parentes de Jean Charles de Menezes lembraram ontem, em Londres, os seis meses da morte do eletricista brasileiro, assassinado pela polícia por engano, ao ser confundido com um terrorista. Cerca de 150 pessoas, na maioria integrantes de entidades de direitos humanos, reuniram-se em frente à estação de Stockwell, local do crime.
Sob a cadência dos tambores da Banda Erê, formada por brasileiros e britânicos, pediram pressa na punição para os culpados. "O que nós queremos?", perguntava o orador. "Justiça", respondia o público. "Quando?", insistia. "Já!", devolvia a platéia.
Vívian Figueiredo, prima que dividia o apartamento com Jean Charles, leu uma carta com sua visão sobre o episódio. Alex Pereira e Patrícia Armani, outros primos que vivem em Londres, também falaram, assim como Harriet Wistrich, advogada da família.
Antes, por volta das 10h, horário em que ocorreu o assassinato em 22 de julho, os primos de Jean Charles foram ao santuário montado em frente à estação e depositaram flores e cartas.
A pressão da campanha "Justice4Jean" e dos parentes vem num momento-chave para o desfecho do caso. Na última quinta-feira, a IPCC, comissão independente que investiga a morte, enviou o seu relatório final para o CPS, equivalente ao Ministério Público britânico, a quem caberá pedir ou não a abertura de processos contra os policiais envolvidos.
Não se sabe em quanto tempo o CPS tomará sua decisão -fala-se até em meses. O grupo de apoio à família de Jean Charles pressiona para que ocorra até 23 de fevereiro, quando haverá sessão do inquérito aberto em casos de morte não-natural no Reino Unido.
A IPCC negocia com a família a ida a Gonzaga (MG), cidade natal de Jean Charles, onde vivem seus pais, para informá-los sobre o teor do relatório, mas não deve entregar-lhes uma cópia.


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