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CRISE
Votantes chegaram a 50,6% no país e a 29% em Teerã
Disputas sobre resultado oficial da eleição no Irã deixam oito mortos
DA REDAÇÃO
Segundo disseram ontem autoridades locais, oito pessoas morreram em enfrentamentos -em
duas cidades no sul do Irã- por
conta de disputas relacionadas à
divulgação do resultado oficial da
eleição legislativa (realizada na última sexta-feira).
De acordo com estatísticas do
Ministério do Interior, 50,6% dos
46 milhões de eleitores iranianos
compareceram às urnas durante a
votação, que foi boicotada pelos
reformistas depois que cerca de
2.500 candidatos de partidos liberais tiveram sua participação no
pleito vetada pelo Conselho de
Guardiães, órgão que zela pelo
respeito à Constituição.
Segundo os liberais, só cerca de
40% do eleitorado votou. Embora
o resultado final ainda não tenha
sido anunciado, os conservadores
obtiveram uma grande vitória sobre os reformistas, recuperando a
maioria no Parlamento.
Na capital iraniana, Teerã, só
cerca de 29% votaram, de acordo
com um funcionário do Ministério do Interior -que não quis ser
identificado. Ele disse ainda que,
na Província de Teerã, o comparecimento às urnas foi de 33%.
"Um grupo que conta com um
pequeno apoio da população tomará o controle do Parlamento",
afirmou Mostafah Tajzadeh, que
faz parte da cúpula da Frente de
Participação do Irã Islâmico, o
maior partido reformista do país.
Mesmo que 50,6% dos eleitores
tenham realmente ido às urnas, o
número é o mais baixo desde a
Revolução Islâmica (1979). Há
quatro anos, 67% votaram.
Até ontem, 194 dos 290 postos
no Parlamento já tinham sido definidos. Os conservadores já tinham 124 cadeiras, enquanto os
liberais só contavam com 52. A
bancada reformista conquistou
70% das cadeiras em 2000.
Quatro pessoas, incluindo um
policial, morreram em choques
ocorridos no sábado, em Firouzabad, depois que o governador
anunciou que o comparecimento
às urnas fora elevado.
Também no sábado, outras
quatro pessoas morreram, na cidade de Izeh, durante protestos
contra o resultado oficial da eleição legislativa, de acordo com a
agência de notícias iraniana Irna.
O líder supremo do Irã, o aiatolá
Ali Khamenei, disse que a eleição
legislativa fora uma derrota para
os inimigos do país. Segundo ele,
o pleito foi "completamente livre
e justo". Os EUA e União Européia tinham expressado preocupação com veto aos liberais.
Com agências internacionais
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