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Obama lança esforço final por reforma
Casa Branca apresenta sua versão para mudanças no sistema de saúde na tentativa de unificar projetos da Câmara e do Senado
Projeto do presidente segue o de senadores ao não incluir opção de plano de saúde público, mas tem estimativa de custos mais elevada
JANAINA LAGE
DE NOVA YORK
Em sua última cartada para
aprovar no Congresso o projeto
de reforma do sistema de saúde, prioridade de sua agenda interna, o presidente dos EUA,
Barack Obama, divulgou ontem
um projeto próprio para a mudança, com alterações pontuais
em relação ao aprovado pelo
Senado em dezembro.
Para que a reforma entre em
vigor, uma mesma versão do
texto deve ser aprovada pelo
Senado e pela Câmara dos Representantes (deputados). Cada uma das Casas aprovou a sua
própria versão no fim do ano
passado. Os esforços para aprovar uma versão conciliatória
dos dois textos se complicaram
depois que o Partido Democrata perdeu, no mês passado, a
maioria qualificada de três
quintos no Senado.
A divulgação da proposta de
Obama é o primeiro passo em
uma semana crucial para o esforço da Casa Branca para
aprovar o projeto e que deve
culminar com o debate que será
transmitido na TV na quinta-feira entre democratas e republicanos. Ao divulgar uma proposta própria, a Casa Branca
indica que ela deve ser a base
das discussões.
"Nós vemos isso como o primeiro passo para o encontro
sobre a reforma da saúde", disse Dan Pfeiffer, diretor de comunicação da Casa Branca.
Mesmo fugindo de pontos
polêmicos do projeto aprovado
na Câmara, como a criação de
uma opção pública de plano de
saúde, a proposta da Casa Branca não foi considerada satisfatória pelos republicanos.
Entre as mudanças, Obama
postergou para 2018 a punição
para planos com preços muito
elevados, mas aumentou as restrições a aumento de preços a
serem impostas pelo governo
federal.
Para a oposição, mesmo sem
plano público, o plano representa maior controle do governo sobre as seguradoras. "É
uma desilusão ver que os democratas em Washington ou
não estão escutando ou estão
ignorando completamente o
que os americanos em todo o
país têm dito", afirmou o líder
republicano no Senado, Mitch
McConnell.
Do lado democrata, até mesmo a presidente da Câmara,
Nancy Pelosi, foi pouco enfática na defesa da nova proposta.
Segundo ela, o projeto de Obama "contém elementos positivos dos projetos da Câmara dos
Representantes e do Senado".
"Espero revisá-lo junto com os
membros da Câmara e então
me juntar ao presidente e às lideranças republicanas no encontro de quinta-feira."
A Casa Branca estima o custo
de sua proposta em US$ 950 bilhões ao longo de dez anos. O
valor é maior do que o projeto
aprovado no Senado, de US$
871 bilhões.
O objetivo é estender a cobertura para mais 31 milhões
de americanos. A Presidência
estima que haverá uma redução de US$ 100 bilhões no deficit americano ao longo de dez
anos e de mais US$ 1 trilhão na
década seguinte.
Depois que os democratas
perderam a supermaioria no
Senado, que permitia a aprovação de projetos sem que eles
fossem atrasados por medidas
de obstrução, o que se discute
agora é se o governo irá ou não
usar um mecanismo conhecido
como reconciliação, que permite a aprovação de projetos com
a maioria simples. Já na Câmara, mesmo com maioria folgada, o desafio será convencer os
democratas a aprovar uma reforma sem a opção pública.
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