CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL

Psiquiatras brasileiros avaliam que o alerta do FDA é importante especialmente pelo atual uso indiscriminado de antidepressivos. Indicados em tratamentos de fumantes, alcoólatras, obesos, entre outros, os remédios podem "encorajar" deprimidos a cometer o suicídio, dizem os médicos.
Justamente por se curar de alguns dos sintomas da depressão, a letargia, por exemplo, a pessoa com tendências suicidas pode, com o remédio, ter a coragem que faltava.
"Por isso, na fase inicial do tratamento, esse paciente precisa ser acompanhado de perto por um psiquiatra", avalia o médico Marco Antonio Brasil, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria.
Segundo o médico Teng Chei Tung, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo, o acompanhamento costuma ser feito pelos especialistas em saúde mental, mas pode ser negligenciado por profissionais de outras áreas que também prescrevem antidepressivos aos pacientes.
Nas primeiras semanas, o tratamento da depressão faz com que alguns pacientes sintam-se ansiosos e agitados, o que pode favorecer o suicídio.
A relação entre suicídio e antidepressivos será debatida em simpósio internacional que o HC realiza na sexta e no sábado, em São Paulo.


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