São Paulo, quinta-feira, 23 de março de 2006

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PERIGO NO AR

Para comissário, aeronaves são "caixões voadores"

UE veta entrada de 92 companhias aéreas por segurança inadequada

DA REDAÇÃO

A União Européia divulgou ontem uma lista de 92 companhias aéreas impedidas de aterrissar nos aeroportos do bloco por falta de segurança. A maioria das empresas é baseada em países africanos cujos padrões de segurança foram considerados insuficientes.
A lista, válida para os 25 países do bloco e também para a Suíça e a Noruega, inclui transportes de passageiros e de carga. A República Democrática do Congo (ex-Zaire) responde pela maior parte das empresas da lista, 50. Em seguida vêm Serra Leoa, com 14, e Suazilândia, com 7 empresas banidas dos ares europeus. Esses países, mais Guiné Equatorial e Libéria, tiveram todas as suas companhias aéreas banidas, com exceção de uma empresa congolesa com uma aeronave aprovada.
O comissário da UE para Transportes, Jacques Barrot, disse que alguns dos aviões provenientes desses países são "caixões voadores". Ele explicou que a grande quantidade de empresas congolesas é em parte devida à reutilização de aviões de guerra: "Houve um período difícil naquele país em que houve conflitos militares. Aviões usados para operações militares foram convertidos em aviões charter, daí o alto número de companhias aéreas". O país é também conhecido como local de baixa carga tributária na área de aviação, outra razão para a fixação de empresas.

Acidentes
Acidentes fatais na Grécia e na Itália ocorridos no ano passado foram os motivadores da criação da lista negra unificada. Já a empresa egípcia Flash Airlines, responsável por um acidente no mar Vermelho que deixou 148 mortos em 2004, não foi incluída porque faliu, disse Barrot.
A UE também baniu empresas do Cazaquistão, Quirguistão, Afeganistão, Coréia do Norte e Tailândia. Restrições mais moderadas, como a que recebeu a empresa congolesa com um avião autorizado a voar, foram aplicadas a empresas de Bangladesh e Líbia.
A comissão anunciou que deve revisar a lista a cada três meses. Segundo Barrot, a Agência Européia de Segurança da Aviação vai assumir a responsabilidade de emitir certificados a empresas que queiram voar para a Europa.
O comissário acrescentou que a UE planeja ajudar países africanos a estabelecer melhores padrões de segurança.

Associação critica
A Iata (Associação Internacional dos Transportes Aéreos), que representa mais de 260 companhias em todo o mundo, criticou a medida européia.
Em comunicado publicado na internet, a associação afirma que "a lista negra é uma forma de buscar segurança, mas não é a solução". A Iata disse que é mais importante a cooperação para ajudar as empresas a atender os requisitos de segurança.
Segundo a Iata, o índice de acidentes aéreos no mundo caiu 42% nos últimos dez anos.


Com agências internacionais

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