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PERIGO NO AR
Para comissário, aeronaves são "caixões voadores"
UE veta entrada de 92 companhias aéreas por segurança inadequada
DA REDAÇÃO
A União Européia divulgou ontem uma lista de 92 companhias
aéreas impedidas de aterrissar
nos aeroportos do bloco por falta
de segurança. A maioria das empresas é baseada em países africanos cujos padrões de segurança
foram considerados insuficientes.
A lista, válida para os 25 países
do bloco e também para a Suíça e
a Noruega, inclui transportes de
passageiros e de carga. A República Democrática do Congo (ex-Zaire) responde pela maior parte
das empresas da lista, 50. Em seguida vêm Serra Leoa, com 14, e
Suazilândia, com 7 empresas banidas dos ares europeus. Esses
países, mais Guiné Equatorial e
Libéria, tiveram todas as suas
companhias aéreas banidas, com
exceção de uma empresa congolesa com uma aeronave aprovada.
O comissário da UE para Transportes, Jacques Barrot, disse que
alguns dos aviões provenientes
desses países são "caixões voadores". Ele explicou que a grande
quantidade de empresas congolesas é em parte devida à reutilização de aviões de guerra: "Houve
um período difícil naquele país
em que houve conflitos militares.
Aviões usados para operações militares foram convertidos em
aviões charter, daí o alto número
de companhias aéreas". O país é
também conhecido como local de
baixa carga tributária na área de
aviação, outra razão para a fixação de empresas.
Acidentes
Acidentes fatais na Grécia e na
Itália ocorridos no ano passado
foram os motivadores da criação
da lista negra unificada. Já a empresa egípcia Flash Airlines, responsável por um acidente no mar
Vermelho que deixou 148 mortos
em 2004, não foi incluída porque
faliu, disse Barrot.
A UE também baniu empresas
do Cazaquistão, Quirguistão, Afeganistão, Coréia do Norte e Tailândia. Restrições mais moderadas, como a que recebeu a empresa congolesa com um avião autorizado a voar, foram aplicadas a
empresas de Bangladesh e Líbia.
A comissão anunciou que deve
revisar a lista a cada três meses.
Segundo Barrot, a Agência Européia de Segurança da Aviação vai
assumir a responsabilidade de
emitir certificados a empresas que
queiram voar para a Europa.
O comissário acrescentou que a
UE planeja ajudar países africanos a estabelecer melhores padrões de segurança.
Associação critica
A Iata (Associação Internacional dos Transportes Aéreos), que
representa mais de 260 companhias em todo o mundo, criticou
a medida européia.
Em comunicado publicado na
internet, a associação afirma que
"a lista negra é uma forma de buscar segurança, mas não é a solução". A Iata disse que é mais importante a cooperação para ajudar as empresas a atender os requisitos de segurança.
Segundo a Iata, o índice de acidentes aéreos no mundo caiu 42%
nos últimos dez anos.
Com agências internacionais
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