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Obama promete plano para pôr fim a guerra
Novas diretrizes para Afeganistão, que serão anunciadas em breve, devem conter estratégia de retirada, diz presidente
Abordagem militar não será suficiente para acabar com conflito iniciado em 2001, afirma o democrata em entrevista a TV americana
David McNew -21.mar.09/France Presse
![](../images/e2303200901.jpg) |
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Americanos participam de manifestação em Washington pedindo o fim das guerras nas quais os Estados Unidos estão envolvidos
DA REDAÇÃO
Às vésperas de divulgar o novo plano americano para o Afeganistão, o presidente Barack
Obama disse ontem que o uso
da força não é suficiente para
acabar com a insurgência Taleban no país da Ásia Central, oito anos após a invasão liderada
pelos Estados Unidos e seus
aliados da Otan (aliança militar
ocidental).
Os esforços no Afeganistão,
segundo Obama, devem ser
norteados pelo objetivo de saída das tropas estrangeiras.
"O que não podemos fazer é
pensar que só uma abordagem
militar resolverá os nossos problemas. O que buscamos é uma
estratégia abrangente. E é preciso que ela seja uma estratégia
para a retirada. Todos sabemos
que essa situação não pode durar para sempre", disse Obama
ao canal de TV CBS.
O presidente qualificou o
Afeganistão de problema mais
complexo do que o Iraque onde, segundo ele, há "uma população com muito mais acesso a
educação e uma melhor infraestrutura".
O tom alarmista de Obama
reflete a preocupação com as
múltiplas dificuldades que as
forças ocidentais enfrentam no
país da Ásia Central.
Depois de ser varrido do poder, o Taleban retomou o controle de áreas inteiras e goza de
crescente apoio popular, devido às numerosas vítimas civis
de ataques da Otan.
Além disso, os rebeldes se
fortaleceram economicamente
graças à produção e exportação
de ópio, atividade que escapa
do controle do incipiente governo pró-ocidental de Cabul.
Alguns aspectos da nova estratégia americana para enfrentar esse cenário foram delineados na entrevista à TV CBS
-o plano integral deve ser formalmente anunciado antes da
cúpula sobre o Afeganistão em
Haia (Holanda), no dia 31.
Obama, que acusa o governo
do antecessor George W. Bush
(2001-09) de ter fracassado no
planejamento do cenário posterior à derrubada do Taleban,
prometeu ontem enfatizar o
desenvolvimento social e econômico do Afeganistão.
O presidente deixou claro
que reforçará as parcerias de
cooperação com outros países e
organismos internacionais como a ONU, em sintonia com os
aliados americanos que resistem em aumentar seus contingentes e pressionam por uma
saída política e negociada.
Ele enfatizou ainda a necessidade de intensificar o combate aos rebeldes na porosa fronteira entre Afeganistão e Paquistão, considerada um "santuário" para grupos terroristas.
O presidente americano disse que buscará cooperação do
aliado Paquistão na luta contra
o Taleban, mas deu a entender
que prosseguirá a controversa
tática de atacar alvos rebeldes
em território paquistanês, o
que pode acirrar a irritação do
governo de Islamabad.
Os EUA acreditam que alguns setores das forças de segurança paquistanesas são coniventes com o Taleban.
O plano americano para o
Afeganistão começou a ser revelado nas últimas semanas.
Em fevereiro, a Casa Branca
anunciou o envio de 17 mil soldados adicionais, elevando para 55 mil o contingente americano. Com o reforço, o total de
militares ocidentais no Afeganistão chegará a 72 mil.
A imprensa também antecipou alguns aspectos do plano.
Recente reportagem do "New
York Times" disse que a Casa
Branca apostará no aumento
das forças de segurança afegãs.
Mas, segundo o jornal, a situação é tão grave que os EUA reduziram drasticamente as expectativas em relação ao país. A
criação de "um grande Estado
democrático", antes prioritária, foi substituída pela meta de
estabilidade, mais vaga.
Outra reportagem, divulgada
ontem pelo jornal britânico
"The Guardian", diz que o novo
plano dos EUA e seus aliados
europeus para o Afeganistão
inclui esvaziar o poder do presidente Hamid Karzai. Para isso, pretendem criar um cargo
de primeiro-ministro e repassar dinheiro diretamente para
as Províncias, em vez de para o
governo central em Cabul.
Em outubro, um jornal francês divulgou um telegrama do
embaixador britânico no Afeganistão no qual ele defendia a
instalação de um "ditador aceitável" naquele país.
Com agências internacionais
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