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São Paulo, sexta-feira, 23 de maio de 2003

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Congresso destina US$ 400 bi à defesa

DA REDAÇÃO

O Congresso norte-americano aprovou ontem, com ampla maioria, um projeto de lei que destina US$ 400,5 bilhões a gastos com a defesa e põe fim a uma proibição de dez anos a pesquisa e desenvolvimento de pequenas armas nucleares, decisão criticada pelo Partido Democrata. O valor é pouco inferior ao PIB brasileiro do ano passado: aproximadamente US$ 443 bilhões.
Por 98 votos a 1, o Senado aprovou o projeto de lei, que acaba com veto ao estudo e desenvolvimento de "mini-nukes" (pequenas artefatos nucleares).
Esse veto havia sido imposto pelo próprio Congresso em 93, com o objetivo de impedir a proliferação desse tipo de armamento pelo mundo.
Na Câmara, a aprovação foi por 361 a 68 votos, mas a Casa Branca afirma que o projeto de lei não prevê margem de manobra o suficiente para pesquisar uma eventual nova geração de armas nucleares porque mantém o bloqueio ao seu desenvolvimento.
O governo do presidente George W. Bush afirma que não quer construir as "mini-nukes", mas apenas estudá-las.
O secretário da Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, no entanto, tem declarado que essas bombas poderiam ser úteis para destruir armas químicas e biológicas de outros países que poderiam estar escondidas em abrigos subterrâneos.
Em nota, Rumsfeld havia dito que o veto ao projeto de lei "impediria nossos cientistas de explorar opções técnicas para deter ameaças à segurança nacional".
As "mini-nukes" têm até cinco quilotons, o equivalente a um terço da força da bomba jogada em Hiroshima, no Japão, durante a Segunda Guerra Mundial. No ataque, morreram mais de 100 mil pessoas.
Em minoria tanto no Senado quanto na Câmara, os democratas tentaram manter o veto, afirmando que Bush estimulará uma nova corrida armamentista em todo o mundo e aumentará o risco de uso de armas nuclerares em campos de batalha.
O Senado votou a favor do fim do veto a pesquisa e desenvolvimento, mas Bush teria de obter permissão do Congresso antes de projetar as "mini-nukes".
Os parlamentares ainda vão reconciliar as diferenças entre a Câmara e o Senado antes de enviar a versão final do projeto de lei a Bush.
A Casa Branca tem ameaçado de vetar o projeto de lei se forem mantidas restrições, feitas pela Câmara, aos planos do Pentágono de fechar e reestruturar bases militares, um tema importante para os congressistas por causa de instalações em suas bases eleitorais.


Com agências internacionais


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