|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Congresso destina US$ 400 bi à defesa
DA REDAÇÃO
O Congresso norte-americano
aprovou ontem, com ampla
maioria, um projeto de lei que
destina US$ 400,5 bilhões a gastos
com a defesa e põe fim a uma
proibição de dez anos a pesquisa e
desenvolvimento de pequenas armas nucleares, decisão criticada
pelo Partido Democrata. O valor é
pouco inferior ao PIB brasileiro
do ano passado: aproximadamente US$ 443 bilhões.
Por 98 votos a 1, o Senado aprovou o projeto de lei, que acaba
com veto ao estudo e desenvolvimento de "mini-nukes" (pequenas artefatos nucleares).
Esse veto havia sido imposto pelo próprio Congresso em 93, com
o objetivo de impedir a proliferação desse tipo de armamento pelo
mundo.
Na Câmara, a aprovação foi por
361 a 68 votos, mas a Casa Branca
afirma que o projeto de lei não
prevê margem de manobra o suficiente para pesquisar uma eventual nova geração de armas nucleares porque mantém o bloqueio ao seu desenvolvimento.
O governo do presidente George W. Bush afirma que não quer
construir as "mini-nukes", mas
apenas estudá-las.
O secretário da Defesa dos EUA,
Donald Rumsfeld, no entanto,
tem declarado que essas bombas
poderiam ser úteis para destruir
armas químicas e biológicas de
outros países que poderiam estar
escondidas em abrigos subterrâneos.
Em nota, Rumsfeld havia dito
que o veto ao projeto de lei "impediria nossos cientistas de explorar
opções técnicas para deter ameaças à segurança nacional".
As "mini-nukes" têm até cinco
quilotons, o equivalente a um terço da força da bomba jogada em
Hiroshima, no Japão, durante a
Segunda Guerra Mundial. No ataque, morreram mais de 100 mil
pessoas.
Em minoria tanto no Senado
quanto na Câmara, os democratas tentaram manter o veto, afirmando que Bush estimulará uma
nova corrida armamentista em
todo o mundo e aumentará o risco de uso de armas nuclerares em
campos de batalha.
O Senado votou a favor do fim
do veto a pesquisa e desenvolvimento, mas Bush teria de obter
permissão do Congresso antes de
projetar as "mini-nukes".
Os parlamentares ainda vão reconciliar as diferenças entre a Câmara e o Senado antes de enviar a
versão final do projeto de lei a
Bush.
A Casa Branca tem ameaçado
de vetar o projeto de lei se forem
mantidas restrições, feitas pela
Câmara, aos planos do Pentágono
de fechar e reestruturar bases militares, um tema importante para
os congressistas por causa de instalações em suas bases eleitorais.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Comandante da guerra no Iraque deve se aposentar Próximo Texto: Relação com a França segue difícil, diz Powell Índice
|