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UE chega a acordo sobre lei contra ilegais
Se aprovado, texto dará a países carta-branca para deportar imigrantes clandestinos, inclusive crianças
DA REDAÇÃO
Após dois anos de discussão,
os 27 países da União Européia
(UE) chegaram a um consenso
pleno ontem sobre um polêmico projeto de lei que estabelece
regras comuns para a expulsão
de imigrantes ilegais. O texto
ainda deve ser submetido ao
Parlamento Europeu, onde deve enfrentar a rejeição de boa
parte do plenário, antes de ser
ratificado pelos ministros de
Justiça e Interior do bloco, no
início de junho.
Caso o projeto seja aprovado,
os governos terão a possibilidade de escolher entre a legalização e a expulsão dos clandestinos capturados pelas autoridades. Na prática, isso equivale a
uma simplificação dos trâmites
legais e burocráticos para deportar os ilegais.
Crianças e adolescentes também são passíveis de expulsão
sumária, embora o texto estipule que eles devem ser entregues a "parentes" ou "tutores"
em seus países de origem.
Numa linguagem marcada
por eufemismos, o texto chama
a deportação de "distanciamento" e recomenda que o processo seja aplicado de maneira
"voluntária". Se o indivíduo resistir, no entanto, ele poderá
ser preso antes de ser deportado e proibido de voltar à UE
num prazo de cinco anos ou até
banido de entrar no bloco.
Mesmo que o imigrante não
resista, ele poderá ficar preso
por até 18 meses se as autoridades julgarem preciso. A medida
padroniza o tempo de prisão
nos países do bloco, que em alguns casos era indeterminado.
Em outro aspecto controverso, a lei dispensa os países-membros de fornecer assistência jurídica gratuita aos imigrantes. A menção à obrigatoriedade do amparo legal foi retirada sob pressão de Alemanha, Áustria e Grécia, que temiam arcar com o alto custo de
fornecer advogados.
A meta do projeto, que causou revolta dos defensores de
direitos humanos, é equiparar
as normas de retenção e deportação, diferentes em cada país.
O texto surge um dia após a
Itália ter transformado em crime a imigração ilegal.
Calcula-se haver 12 milhões
de clandestinos na UE. Segundo dados oficiais de 2007, são
pelo menos 350 mil brasileiros
vivendo legalmente na Europa.
Mas estimativas apontam para
um número duas vezes maior.
Com agências internacionais
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