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EUA administram mal
o petróleo, diz a ONU
DA REUTERS
A administração civil liderada
pelos EUA no Iraque está administrando mal bilhões de dólares
obtidos com o petróleo iraquiano
e está avançando em ritmo muito
lento na proteção contra a corrupção. A denúncia foi feita ontem pelo Conselho Internacional
de Assessoria e Monitoramento,
uma agência internacional de vigilância ligada à ONU, segundo o
qual a Autoridade Provisória da
Coalizão (APC) deixou aberta a
porta para o contrabando de petróleo, ao deixar de conceder contratos para equipamentos de medição da produção petrolífera do
Iraque, apesar de ter anunciado a
concessão dos contratos.
A APC também adiou por três
meses a resposta ao pedido de que
entregue auditorias americanas
de contratos de fonte única financiados com dinheiro do petróleo
iraquiano e concedidos no ano
passado à empresa Halliburton
sem que fosse realizada uma licitação anterior, disse o Conselho.
Para concluir, segundo a agência,
a autoridade liderada pelos EUA
vem atrasando a conclusão de auditorias da Organização Estatal de
Marketing do Petróleo, a estatal
que vende o petróleo iraquiano.
A Halliburton, gigante texana
de serviços petrolíferos que, no
passado, foi chefiada pelo atual vice-presidente dos EUA, Dick
Cheney, vem sendo acusada por
alguns democratas de lucrar de
maneira pouco ética com a guerra, depois de fechar contratos de
bilhões de dólares com as Forças
Armadas americanas no Iraque.
O conselho de monitoramento
divulgou o comunicado após
uma reunião de dois dias em Paris, poucos dias antes do desmembramento da APC, que deve
entregar o poder a um governo
iraquiano interino em 30 de junho. Em função do tempo, é provável que a administração americana, que governa o país desde a
invasão do ano passado, feche as
portas antes de ser obrigada a dar
uma resposta ao conselho.
A agência foi criada pelo Conselho de Segurança da ONU em
maio de 2003 para assegurar que a
administração civil liderada pelos
EUA não se envolvesse em práticas dúbias na venda do petróleo
iraquiano e utilizasse o dinheiro
obtido na reconstrução do país.
Sob uma resolução do Conselho
de Segurança de maio de 2003, tomada após a queda de Saddam
Hussein, toda a receita das vendas
de petróleo e gás iraquianos passaria a ser depositada numa conta
especial intitulada Fundo de Desenvolvimento do Iraque, a ser
usada pelas autoridades de ocupação para reconstruir o país.
Desde a invasão liderada pelos
EUA, as vendas de petróleo iraquiano totalizam US$10,8 bilhões.
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