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AFAGOS
Ex-presidente americano faz vários elogios ao brasileiro em seu livro, lançado ontem
Autobiografia de Clinton diz que FHC
é "impressionante"
RAFAEL CARIELLO
DE NOVA YORK
"Ele foi um dos mais impressionantes líderes que já encontrei", diz o ex-presidente dos
EUA Bill Clinton em sua autobiografia "Minha Vida", lançada
ontem nos EUA, sobre Fernando Henrique Cardoso.
O ex-presidente brasileiro é
mencionado em quatro momentos no livro. O primeiro é
quando o americano narra sua
viagem ao Brasil em 1997.
Clinton afirma que, embora o
Brasil fosse um país com uma
longa história de tensões com os
americanos e "muitos brasileiros havia muito desgostavam
dos EUA", FHC era "um líder
moderno e eficiente que desejava um bom relacionamento
com os EUA". Segundo Clinton,
seu ex-colega "entendia que um
reforço na parceria (...) o ajudaria a modernizar a economia de
seu país, reduzir sua pobreza
crônica e aumentar sua influência no mundo".
Clinton diz ter ficado "fascinado" com o país desde os anos 60,
quando o saxofonista Stan Getz
"popularizou a música" do Brasil nos EUA. Sobre o governo de
FHC, o americano menciona o
programa Bolsa-Escola, classificado por ele como "intriguing"
(curioso, interessante).
O americano menciona sua visita à Mangueira, no Rio, o encontro com Pelé, "a lenda do futebol", e um show privado da
cantora Virginia Rodrigues para
ele e sua mulher, Hillary, FHC e
Ruth Cardoso em Brasília.
A crise de confiança que o Brasil atravessou em 1998 também é
tratada por Clinton, em passagem na qual ele menciona a ajuda americana de US$ 5 bilhões
dentro do empréstimo multilateral de US$ 42 bilhões recebido
pelo país naquele ano.
"Não sabia se ia funcionar,
mas tinha um bocado de confiança no presidente Henrique
Cardoso", escreveu Clinton.
FHC ainda é mencionado nos
relatos dos encontros da "Terceira Via", espécie de clube social-democrata dos anos 90.
Cerca de mil pessoas esperaram na fila sob chuva, ontem de
manhã, em Nova York, para obter um autógrafo de Clinton no
livro. O ex-presidente foi ovacionado na chegada. "Estou feliz
que finalmente seja realidade.
Vivi para isso por dois anos",
disse Clinton. A tiragem inicial é
de 1,5 milhão de cópias.
O livro também começou a ser
vendido ontem no Reino Unido
e na Irlanda e deve sair hoje na
França. Na festa de lançamento
em Nova York, segunda-feira à
noite, Hillary disse, segundo o
jornal "The New York Times",
que o período de criação do livro foi "torturante" tanto para
ela quanto para seu marido.
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