São Paulo, quinta-feira, 23 de junho de 2011

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Perseguido em casa, autor tem fama mundial

SILAS MARTÍ
DE SÃO PAULO

Quando foi escalado, há quatro anos, para a Documenta, uma das mais importantes mostras de arte no mundo, em Kassel, na Alemanha, Ai Weiwei não quis ir sozinho.
Ele negociou a ida de 1.001 cidadãos chineses para viverem na cidade enquanto durasse a mostra.
Sua obra pretendia ilustrar a estranha condição de seu país, gigante econômico que, na sua visão, atropela o próprio povo.
Na mesma mostra, que alçou o artista a astro global, Ai levou relíquias chinesas, como portas de casas de aldeias devastadas pela modernização e cadeiras com séculos de idade. O mobiliário ficou à disposição do público.
Por esses e outros trabalhos de tom ácido, Ai virou o chinês de maior expressão mundial nas artes visuais, festejado pelo mundo e perseguido em casa.
No que críticos viram como uma tentativa do governo de cooptar sua fama, Ai foi convidado para desenhar o estádio olímpico de Pequim, ao lado dos arquitetos suíços da firma Herzog & De Meuron.
Mas não desviou o foco das denúncias contra os abusos de poder na China.


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