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Morales quer revisar contrato de venda de gás natural à Petrobras
Bolivianos propõem diminuição do volume do produto exportado ao Brasil
DO ENVIADO ESPECIAL A VILLA TUNARI
O presidente Evo Morales
formalizou ontem ao colega
Luiz Inácio Lula da Silva um
pedido para revisar o contrato
de exportação de gás ao Brasil.
Com dificuldades em aumentar
a produção, a Bolívia quer diminuir o volume de venda à Petrobras para atender à Argentina e
ao mercado interno.
Segundo o presidente da
YPFB (estatal boliviana), Carlos Villegas, a Bolívia quer a diminuição do teto atual de 31
milhões de metros cúbicos diários, previsto no acordo em vigor até 2019, para 24 milhões
de metros cúbicos/dia.
Villegas disse que o Brasil
compra atualmente cerca de 22
milhões de metros cúbicos dia.
"Isso afeta significativamente a
Bolívia, que deixou de receber,
desde outubro, mais de US$
450 milhões", disse, em entrevista, pouco antes da chegada
da comitiva de Lula.
Ele afirmou ainda que a redução do volume de venda ao
Brasil será benéfica aos dois
países, já que a Petrobras, pelo
atual contrato, tem de comprar
uma quantidade mínima de 24
milhões de metros cúbicos/dia.
Se compra abaixo desse volume, é obrigada pagar pelo gás
natural não utilizado.
Na conversa com Lula, Morales também cobrou o cumprimento do acordo assinado em
janeiro de 2007, pelo qual a Petrobras tem de pagar pelo "gás
rico" que vem associado ao gás
natural vendido ao Brasil.
Segundo La Paz, o país deixou de receber US$ 300 milhões por causa do atraso na entrada em vigor do acordo.
A inclusão do tema do gás na
reunião foi anunciada nesta semana por declarações de Villegas e de Morales, sem consulta
prévia ao governo brasileiro.
Na comitiva de ontem, Lula
não trouxe nenhum alto assessor da área energética.
Segundo fontes do Planalto,
os dois presidentes devem se
reunir novamente dentro de 20
dias em Corumbá (MS), na
fronteira entre os dois países,
para discutir o tema.
Lítio
Em outro tema econômico,
os dois presidentes assinaram
um memorando de entendimento para estudo das reservas
de lítio da Bolívia, localizadas
na região do Salar de Uyuni e
uma das maiores do mundo.
Lula também se comprometeu a estudar a concessão de
uma linha de crédito à Bolívia
para construir uma rodovia no
norte do país.
(FM)
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