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TEST DRIVE
Público faz teste de
carro elétrico
de Paris
Dia sem carros, mas dia útil
-até mesmo para as montadoras de automóvel. A 50 m da
praça da Bastilha, uma grande
empresa francesa montou um
estande para tentar provar aos
parisienses que carros não são,
necessariamente, poluentes.
Incentivadas pelo governo,
Peugeot e Renault fabricam
carros elétricos. Esperavam estar vendendo 100 mil unidades
por ano até o ano 2000, mas
não conseguem passar de 5%
disso ainda.
"O senhor quer dar uma volta, podemos levá-lo aonde quiser", perguntava uma jovem
vendedora às pessoas na rua.
O carro que ela exibe é um
modelo a eletricidade fabricados pela Peugeot -e, portanto, autorizado a circular ontem
na região central. É idêntico a
um modelo popular na França.
Quem me conduz é o motorista Vincent Loussourarn. "Eu
não sou vendedor, não sou
funcionário da Peugeot", avisa.
Nem por isso esconde o entusiasmo.
"A diferença de preço é grande (um carro normal custa US$
10,9 mil, o elétrico, US$ 14,9
mil), mas deve compensar. Em
duas horas, você abastece para
200 km por apenas US$ 1,30",
diz, enquanto passeamos.
Vincent vai desfiando vantagens do carro elétrico: 1) "O governo ajuda a pagar (há uma
ajuda de cerca de US$ 800)"; 2)
"Não faz barulho"; 3) "É um
cabo simples, dá para ligar na
tomada, você paga quando
chegar a conta"; 4) "É mais durável"; 5) "As 20 baterias duram quatro anos e você aluga
por um preço irrisório. São
99% recicláveis".
Passamos ao redor do Louvre, pelo cais do rio Sena na região. O tráfego, de táxis e ônibus, não lembra em nada o de
Paris em dias normais.
Mas, com tantas qualidades,
por que quase ninguém compra carros elétricos?, pergunto.
"Bom, continua a ser um carro de cidade, porque a autonomia ainda é pequena", acha ele.
"O porta-malas é pequeno"
(em parte ocupado por baterias), diz. E, finalmente: "Ele
não vai a mais de 90 km/h. Correndo, a bateria acaba logo".
O carro não polui e é silencioso, mas o consumidor ainda
não comprou a idéia.
(HCS)
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