São Paulo, sexta-feira, 23 de setembro de 2005

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CONE SUL

Senador defende instalação do FBI no Paraguai

DA REDAÇÃO

Em mais uma declaração polêmica de autoridades paraguaias sobre a cooperação entre o Paraguai e os EUA em questões de segurança, o vice-presidente do Senado, Alejandro Velázquez Ugarte, afirmou considerar "muito válido que o FBI se instale" no país, "como acontece em outros 58 países", para atuar na prevenção de crimes e seqüestros e no combate ao narcotráfico. As afirmações foram publicadas ontem pelo jornal argentino "La Nación".
Velázquez, que é presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, afirmou ainda que a presença de representantes do FBI na Embaixada dos EUA em Assunção tem o objetivo de coibir a infiltração de membros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) no Paraguai por meio de supostos vínculos com grupos esquerdistas do país.
"O Paraguai será favorecido [com a presença do FBI] porque não possui radares, enquanto pelo céu passam aviões cheios de drogas da Colômbia em direção ao Brasil", acrescentou.
Autoridades paraguaias suspeitam da participação das Farc, por meio do partido de esquerda Patria Libre, no seqüestro de Cecilia Cubas, filha do ex-presidente Raúl Cubas, em 2004. Seu corpo foi encontrado em fevereiro em Ñemby, próximo a Assunção.
Segundo o "La Nación", a presença de agentes do FBI no Paraguai foi autorizada pelo governo do presidente Nicanor Duarte Frutos na esteira da aprovação de 13 exercícios militares dos EUA no país, com duração prevista até dezembro de 2006.
Essa aprovação, por sua vez, gerou rumores na região sobre uma possível instalação de uma base militar permanente dos EUA em território paraguaio, versão que foi negada reiteradas vezes por Washington e Assunção.
Na semana passada, o vice-presidente paraguaio, Luis Castiglioni, afirmou que uma eventual cooperação de seu país com os EUA em questões de segurança regional poderia vir vinculada a um acordo bilateral de livre comércio, o que também foi negado pelos dois países.


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