São Paulo, sábado, 23 de setembro de 2006

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TAILÂNDIA

Protesto contra golpe militar atrai apenas cem pessoas

Darren Whiteside/Reuters
Jornalistas cercam manifestantes antigolpe em Bancoc


DA REDAÇÃO

Apenas cem manifestantes desafiaram a proibição de concentrações públicas e protestaram contra o golpe militar de Estado que derrubou Thaksin Shinawatra do cargo de primeiro-ministro. Foi o primeiro ato desse tipo desde a deposição, na última terça-feira.
Também ontem, o comando militar do golpe nomeou nove pessoas para investigar supostos casos de corrupção durante o governo de Thaksin e reforçou a intenção de escrever uma nova Constituição que controlaria melhor as funções de governo.
"Não chame isto de reforma, é um golpe!", dizia um dos cartazes dos manifestantes, dispersos em pequenos grupos para driblar a restrição a reuniões em locais públicos de mais de cinco pessoas. Durante parte do ato, os manifestantes se sentaram em grupos com menos de cinco pessoas.
O protesto em Bancoc foi realizado do lado de fora de um shopping de luxo, o qual fechou temporariamente durante o ato de uma hora. Não havia presença policial ou militar no local, e, apesar de rumores de que sete manifestantes foram presos, o governo militar disse que ninguém foi detido.
O tímido protesto é mais um sinal da aceitação tácita do golpe pela população tailandesa. Para analistas, essa aprovação se deve, em parte, à percepção de que a derrubada do governo teve o apoio do popular rei Bhumibol Adulyadej, no trono há 60 anos, período no qual passou por 18 golpes militares, 15 constituições e 21 premiês.
Ao longo de seu reinado, o rei Bhumibol usou seu prestígio pessoal em raros momentos. Em 1992, por exemplo, suas críticas contra um mandatário militar e a liderança de protestos pró-democracia encerraram vários dias de violentos conflitos.

Premiê interino
Sob críticas da comunidade internacional por causa do golpe, os militares buscavam ontem encontrar um nome de consenso para indicar um premiê interino civil. Um porta-voz dos golpistas, general Palanggoon Klaharn, disse que isso ocorreria dentro de duas semanas.
Os militares golpistas voltaram a dizer ontem que a intenção deles é "devolver a paz e a ordem" ao país.


Com agências internacionais


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