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Oposicionista iraniano pede união nacional
DA REDAÇÃO
O influente ex-presidente
iraniano Akbar Hashemi Rafsanjani (1989-1997), ligado à
oposição, fez ontem um apelo
pela unidade nacional, num esforço para amenizar as tensões
que assolam o Irã desde a controversa reeleição do presidente conservador Mahmoud Ahmadinejad, em 12 de junho.
A declaração foi dada durante encontro bianual da Assembleia dos Especialistas, um órgão do complexo sistema de governo iraniano chefiado pelo
próprio Rafsanjani e cujas atribuições incluem a escolha do líder supremo.
A declaração sinaliza um
aparente recuo de Rafsanjani,
um aiatolá próximo do candidato reformista Mir Hossein
Mousavi, que liderou os megaprotestos contestando o resultado oficial do pleito presidencial -pelos quais Mousavi obteve 33% dos votos, contra os
62,7% de Ahmadinejad.
As acusações de fraude deflagraram a maior onda de protestos contra o regime teocrático
desde a revolução de 1979, que
resultou na morte de ao menos
20 pessoas e na prisão de centenas de oposicionistas.
Rafsanjani alegou que a
união dos iranianos era indispensável para defender o direito de o país enriquecer urânio.
Há consenso na classe política do país sobre a necessidade
de resistir a pressões do Ocidente, que acusa o Irã de fabricar secretamente a bomba atômica e exige o fim das atividades nucleares iranianas.
Teerã, que diz querer apenas
produzir energia e alega ter direito de fazê-lo sob o Tratado
de Não Proliferação Nuclear,
anunciou ontem estar testando
uma nova geração de centrífugas para acelerar o enriquecimento de urânio.
O embate sobre o programa
atômico iraniano será um dos
temas centrais da Assembleia
Geral da ONU, na qual Ahmadinejad discursará hoje, e motivará reunião, no dia 1º de outubro, entre representantes iranianos e do chamado P5 + 1,
grupo que reúne as cinco potências nucleares do Conselho
de Segurança mais a Alemanha.
Ontem foi anunciada a transferência do local da reunião de
Ancara, Turquia, para Genebra,
na Suíça -mesma cidade onde
ocorreu a última rodada de
conversas entre o Irã e as potências, em julho de 2008.
Apesar de ter sido submetido
a três rodadas de sanções econômicas por causa do seu programa nuclear, o Irã deixou claro que descarta discutir com P5
+ 1 a possibilidade de suspender
seu enriquecimento de urânio.
A União Europeia, que medeia as conversas sobre o tema,
negou ontem que o P5 + 1 esteja
dividido sobre a adoção de novas sanções a Teerã.
Com o "Financial Times" e agências internacionais
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