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CRIME NOS EUA
Motorista é morto em escada de ônibus; "seus filhos não estão seguros", diz bilhete encontrado pela polícia
Após 10ª morte, atirador ameaça crianças
DA REDAÇÃO
Um homem foi morto com um
tiro em Maryland (Costa Leste
dos EUA). A polícia crê que ele seja a décima vítima fatal do atirador -ou atiradores- que aterroriza a região de Washington
desde o dia 2 de outubro.
Os policiais revelaram também
uma parte da mensagem deixada
pelo atirador no local de seu ataque de sábado: "Seus filhos não
estão seguros em lugar nenhum,
em hora nenhuma". Há versões
de que o assassino estaria pedindo uma grande quantidade de dinheiro, mas isso não foi confirmado pelas autoridades.
A vítima de ontem, Conrad
Johnson, 35, pai de dois filhos, foi
atingido pouco antes das 6h, nas
escadas do ônibus que guiava. Ele
era funcionário do condado de
Montgomery havia dez anos e estava numa área em que motoristas do transporte público da região se encontram antes de partir
para as suas rotas diárias.
O local do atentado está dentro
da área dos Estados de Maryland
e Virgínia e do Distrito de Colúmbia -onde fica a capital americana, Washington- onde os 13 crimes (10 fatais e 3 com feridos graves) ocorreram.
As autoridades estão esperando
os resultados dos exames de balística para definir se a arma usada
no crime de ontem é a mesma.
"Eu estava me preparando para
sair para trabalhar de manhã
quando ouvi um barulho alto.
Certamente foi uma arma de alta
potência", disse Kim Roberts, um
carpinteiro que mora perto do local do crime. Roberts afirma reconhecer o barulho de armas de fogo por causa do treinamento recebido durante o serviço militar.
A polícia usou cães farejadores e
helicópteros na busca ao assassino. Várias avenidas da região foram fechadas. Os bloqueios rodoviários estavam parando todos os
carros dirigidos por homens. Esse
já seria um alargamento das operações de busca, que antes focavam as atenções sobre furgões
brancos, tipo de veículo visto
saindo das áreas de crime.
"Continuamos preocupados
com a segurança de todos em
nossa região", disse o chefe da polícia do condado de Montgomery
(Maryland), Charles Moose.
"Essa pessoa -ou as pessoas
envolvidas- tem demonstrado
claramente ter a vontade e a habilidade de matar pessoas de todas
as idades, origens étnicas, sexos
ou profissões. E isso a qualquer
hora, em dias e locais diferentes",
disse o policial.
Mensagem
Na noite de sábado, um homem
de 37 anos foi ferido gravemente
ao sair de um restaurante no Estado da Virgínia. A mensagem divulgada ontem fazendo ameaça
às crianças faz parte de um bilhete
achado perto do local.
As escolas próximas da região
desse atentado estiveram fechadas nos últimos dias, mas apenas
ontem a polícia revelou o porquê
da medida preventiva.
A polícia diz ter recebido um telefonema na segunda-feira de alguém que dava pistas sobre o ataque de sábado. Segundo os policiais, poderia ser o próprio atirador, mas a ligação estava ruim.
Moose mandou um recado: "A
pessoa para quem você ligou não
conseguiu ouvir tudo. O áudio estava ruim, e nós queremos receber a mensagem de modo correto.
Por favor, ligue de novo".
O policial, entretanto, não precisou quem foi que recebeu o telefonema nem forneceu mais detalhes sobre o que foi falado.
As tentativas de comunicação
do atirador (uma carta de tarô
com a inscrição "eu sou Deus",
um bilhete e um telefonema) são
muito mais esparsas do que as
deixadas por assassinos em série
famosos, como o Filho de Sam e o
Matador do Zodíaco.
Segundo a análise de especialistas nesse tipo de crime, o suposto
"atirador de Washington" não
parece estar tentando promover
uma causa ou estar em busca de
publicidade pessoal.
"Para mim, o fato de ele não estar demonstrando ter um objetivo
expressa que, por baixo de tudo,
pode estar o desejo de provar ser
capaz de sair por aí e ser destrutivo com muita eficiência", analisa
Michael Welner, psiquiatra forense da Universidade de Nova York.
Com agências internacionais
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