São Paulo, domingo, 23 de outubro de 2005

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SAÚDE

Vinte Estados brasileiros compõem equipes preparadas para identificar a cepa do vírus H5N1 em hospitais e clínicas

Brasil cria "postos-sentinelas" contra gripe

HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BRASÍLIA

O Ministério da Saúde anunciou a ampliação de uma rede de postos-sentinelas no país para detectar casos de pessoas infectadas pelo vírus H5N1 (gripe aviária), se a doença atingir o Brasil. Na última sexta-feira, o sistema foi reforçado com mais 14 postos, segundo o ministério, passando a 66 unidades em 20 Estados, mais o Distrito Federal.
A rede é formada por postos de saúde, hospitais e clínicas localizadas, em sua maioria, nas capitais dos Estados, onde há maior concentração populacional. Nesses postos, conforme anunciou o ministério, há equipes preparadas para colher secreções (do nariz) de pessoas com gripe para identificar a cepa -o tipo de vírus.
Ainda estão fora da rede de postos-sentinelas os Estados de Mato Grosso, Maranhão, Piauí, Acre e Rondônia, Amapá. Nesse último, está localizada parte da fronteira do Brasil com o Suriname.
Na sexta-feira, o Reino Unido confirmou que um papagaio, trazido ilegalmente do Suriname para território britânico, morreu vítima do vírus da gripe aviária, não se sabe se causada pelo H5N1, a mutação que atinge humanos.
Segundo a assessoria do Ministério da Saúde, não foi dado alarme na região de fronteira do Brasil com o Suriname porque a doença não surgiu em humanos, mas em um papagaio, supostamente saído daquele país. Nesse caso, a fiscalização, conforme a assessoria, envolve o trânsito de animais cuja competência é do Ministério da Agricultura.
Na próxima terça-feira, o governo fará uma reunião para definir a estratégia contra a gripe aviária envolvendo ações entre os ministérios. Entre as ações do governo federal, segundo o Ministério da Agricultura, estará o aumento na fiscalização nas fronteiras, além de portos e aeroportos.
A promessa do ministério é que em 2006 os postos-sentinelas sejam estendidos aos seis Estados ainda desguarnecidos.
Fernando Barros, coordenador de Vigilância de Doenças de Transmissão Respiratória e Imunopreveníveis do Ministério do Saúde, disse que a rede existe desde 2000 para monitorar os tipos de vírus, avaliar o impacto das campanhas de vacinação e detectar situações anormais.
Em 2004, a rede funcionou com 14 postos a menos e a prioridade não era a gripe aviária. Foram atendidas no ano passado 210 mil pessoas com gripe e houve coleta de 2.269 amostras para exames e definição do tipo de vírus.
Ainda em sua estratégia de prevenção à doença, o Ministério da Saúde anunciou na semana passada: 1) um estoque do antiviral Oseltamivir (Tamiflu) para tratar 9 milhões de pessoas ao custo de R$ 193 milhões; 2) desenvolvimento da produção de vacina no Instituto Butantan com repasse de R$ 3,1 milhões para acelerar a construção de uma fábrica.

Focos
A Suécia confirmou ontem a morte de quatro patos em Eskiltuna, portadores do vírus da gripe aviária. O instituto veterinário nacional não soube dizer se se tratava do tipo H5N1. Foi registrado na região dos montes Urais (Rússia) um novo foco de gripe aviária. Mais de 30 frangos morreram em Sunaly, e testes preliminares mostraram que as aves tinham o H5N1. A aldeia, a 1.900 km de Moscou, está em quarentena.


Com agências internacionais


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