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Emboscada mata alto oficial do Paquistão
Ataque a tiros em Islamabad sucede início de ofensiva militar contra bastião do Taleban na divisa afegã
DA REDAÇÃO
Um alto oficial do Exército
do Paquistão e o motorista do
jipe militar em que eles viajavam foram mortos a tiros ontem na capital do país, Islamabad, por dois supostos insurgentes que fugiram em uma
moto -dando sequência à onda
de atentados que já matou mais
de 170 pessoas só neste mês.
O ataque, ocorrido pela manhã em área residencial, sucede
em somente dois dias um atentado na Universidade Islâmica
-também na capital e que deixou quatro mortos- e em cinco
o início da ofensiva militar contra o Taleban no Waziristão do
Sul, um bastião da insurgência
na fronteira com o Afeganistão.
O oficial morto, Moin ud din
Ahmed, liderava o contingente
paquistanês na missão de paz
da ONU no Sudão e estava de
férias em Islamabad. O secretário-geral da organização, Ban
Ki-moon, manifestou pesar pela perda do militar paquistanês.
Ahmed estivera ainda envolvido na operação contra a Mesquita Vermelha em 2007 -tido
como o estopim do recrudescimento da insurgência no país-
e no planejamento da ofensiva
no vale do Swat, outro reduto
do Taleban hoje sob relativo
controle, iniciada em abril.
Segundo relatos, um homem
com o rosto coberto e arma automática disparou contra o jipe
de Ahmed antes de fugir na carona de uma moto em meio ao
trânsito intenso. Um soldado
também ficou ferido no ataque.
Paralelamente, dois soldados
e 24 insurgentes foram mortos
nas operações contra o Taleban
no Waziristão do Sul, elevando
para 18 as baixas do Exército e
129 as do Taleban desde o início
da esperada ofensiva no último
sábado, segundo militares. Não
há confirmação independente.
Considerado o centro nevrálgico da nova onda de atentados
iniciada com o ataque a um prédio da ONU no dia 5, o Waziristão do Sul possui área equivalente a cerca de quatro cidades
de São Paulo -metade da qual
controlada por insurgentes- e
abriga o líder do grupo radical
islâmico, Hakimullah Mehsud.
Em agosto, ataque de avião
não tripulado dos EUA na mesma região já havia matado o antecessor de Mehsud, Baitullah
Mehsud -não há parentesco.
A investida é acompanhada
de perto pelos EUA, que fizeram da porosa fronteira afegã-paquistanesa o foco do combate ao terrorismo no governo
Barack Obama e temem que
ações do Taleban no Afeganistão a partir da região minem os
esforços internacionais.
A nova ofensiva paquistanesa
envolve 28 mil homens, deslocados para a região durante os
últimos meses, contra estimados 10 mil insurgentes -cerca
de 10% de estrangeiros uzbeques, árabes ligados à rede Al
Qaeda e também ocidentais.
Estima-se em 100 mil o número de refugiados -de uma
população de cerca de 500 mil
pessoas-, sendo 32 mil só na
última semana. A operação anterior no vale do Swat deslocou
mais de 2 milhões de pessoas.
Com agências internacionais
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