São Paulo, sexta-feira, 23 de novembro de 2001

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Otan estuda conceder poder de veto à Rússia

DA REUTERS

A Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e a Rússia estão discutindo planos para estreitar suas relações que "implicam" o poder de veto de Moscou em alguns temas, disse ontem o secretário-geral da aliança militar ocidental, George Robertson.
"Essa é uma das implicações", afirmou Robertson ao ser questionado se as novas propostas dariam efetivamente o poder de veto à Rússia no processo de tomada de decisões da Otan. "Dependeria do assunto. Mas ainda não estamos nesse estágio. Estamos explorando [o assunto", e essa é uma das implicações que teriam de ser pesadas".
O primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair, propôs que a aliança militar ocidental e a Rússia criassem um novo órgão para levar as relações entre Moscou e a Otan a um novo estágio. Segundo Robertson, esse novo órgão poderia ser chamado de Conselho Rússia-Atlântico Norte.
A proposta de Londres recebeu particular atenção porque foi divulgada poucos dias depois de uma reunião entre os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e dos EUA, George W. Bush.
Robertson disse que a proposta de Blair envolveria uma "mudança completa" na forma pela qual a Rússia se relacionaria com seu ex-adversários da Guerra Fria.
Ele não especificou em que áreas a Rússia seria convidada a participar do processo de tomada de decisões da Otan, mas a agência "Reuters" disse que elas poderiam incluir operações de manutenção da paz, gerenciamento de crises, terrorismo e planejamento para emergências civis.
A área de gerenciamento de crises foi a responsável pela reação a conflitos em locais como a ex-Iugoslávia, onde a Otan interveio militarmente -às vezes, provocando protestos de Moscou.
O projeto de Blair prevê que representantes russos se unam aos 19 Estados-membros da aliança na câmara do conselho da Otan para discutir tópicos específicos.
"Isso envolveria a Rússia ter igualdade em relação aos países da Otan em termos da questão em discussão", disse Robertson.



Texto Anterior: Liberdades civis foram reduzidas após atentados
Próximo Texto: América Latina: Chávez põe tropas do Exército nas ruas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.