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São Paulo, domingo, 23 de novembro de 2003

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Cantor pode estar à beira da falência

DO ""EL PAÍS"

Michael Jackson, que já chegou a ser o artista mais rico do mundo, com patrimônio de US$ 750 milhões, deve ter tido alguma dificuldade em juntar em dois dias a fiança de US$ 3 milhões exigida para livrar-se da prisão preventiva em razão de uma denúncia de suposto abuso de uma criança. O cantor entregou apenas um décimo desse valor e, depois de passar uma hora numa delegacia de polícia de Santa Bárbara, o condado da Califórnia onde mora, voltou em seu avião particular a Las Vegas, no vizinho Estado de Nevada. Lá, com seus três filhos (de seis, cinco e três anos), está gravando um vídeo para promover seu novo álbum.
O artista, que tem 45 anos, não terá de se apresentar diante do juiz outra vez até 9 de janeiro próximo, de modo que terá o tempo necessário para vender o disco com o qual espera reconquistar seu bom nome musical e, possivelmente, safar-se da falência.
Um olhar lançado sobre sua discografia não aponta para um futuro muito promissor. Seu último álbum, ""Invincible", saiu em 2001 e foi o primeiro em seis anos a conter canções originais. A produção custou US$ 30 milhões à Sony, mas vendeu apenas 2 milhões de cópias nos Estados Unidos, uma cifra considerável para qualquer artista, desde que não se gabe de ser o rei do pop. E, sobretudo, desde que não conte entre suas façanhas anteriores a de ser o autor do disco mais vendido de todos os tempos: ""Thriller" (1982), que alcançou mais de 26 milhões de cópias nos EUA e outros 40 milhões no resto do mundo.
O último trabalho do artista, lançado neste mês, é outra compilação de grandes sucessos batizados de ""Number Ones".
Se esse disco de Michael Jackson não lhe proporcionar uma nova decolagem de vendas, é provável que ele se veja obrigado a vender a metade de sua principal fonte de renda para fechar o rombo em suas contas. Não se trata de sua música, mas da música dos Beatles: Jackson possui os direitos comerciais sobre 251 canções da banda, o que lhe dá US$ 34 milhões por ano, segundo o jornal britânico ""The Times".


Tradução de Clara Allain


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