São Paulo, domingo, 23 de novembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Prostituta nega ter derrubado o governador de Nova York

DE NOVA YORK

Nem o ex-governador de Nova York Eliot Spitzer nem sua mulher, Silda, têm motivos para comemorar seu súbito ressurgimento na imprensa dos EUA na última semana. É que a atenção, de novo, provém da garota de programa Ashley Dupré, pivô do escândalo que derrubou Spitzer em março.
O ex-governador renunciou quando um encontro seu, de US$ 4.300, com Dupré em Washington acabou ligando-o publicamente a uma rede de prostituição de luxo.
Anteontem, Dupré concedeu sua primeira entrevista na TV, no popular programa da apresentadora Diane Sawyer. "Não sinto que o derrubei", disse ela sobre o ex-governador. "Foram as escolhas dele [que o derrubaram]." Ela afirmou que se não tivesse se encontrado com Spitzer, outra garota o faria. Mas pediu desculpas, entre lágrimas, a Silda Spitzer, que manteve apoio público ao marido.
Os problemas de Spitzer começaram quando o FBI supostamente desconfiou de corrupção ao encontrar remessas de até US$ 80 mil a contas bancárias suspeitas. Uma investigação descobriu que, na verdade, o ex-governador estava pagando por serviços do Emperor"s Vip Club, uma rede de prostituição de luxo. Ele renunciou.
Hoje, crescem questionamentos sobre por que o FBI lançou uma investigação de grandes proporções a transações relativamente pequenas com fundos particulares e não parou quando ficou óbvio que eram transações privadas.
Várias teorias têm surgido, a maioria sugerindo que Spitzer foi alvo de perseguição política por sua atuação contra crimes financeiros. "Democratas e republicanos puseram armadilhas para rivais ao longo dos anos", escreveu no "Wall Street Journal" o professor de direito na Universidade Harvard Alan Dershowitz. "As melhores armas costumam ser leis penais elásticas -e poucas são tão elásticas como as de lavagem de dinheiro e crimes sexuais."
Spitzer livrou-se de ação penal, por decisão recente da Procuradoria. Ele violou lei que veda transportar pessoas entre Estados com fins de prostituição mas não incorreu em nenhum dos fatores que geralmente levam à processos. (AM)


Texto Anterior: Gabinete: Obama anuncia Robert Gibbs para a secretaria de Imprensa
Próximo Texto: Líbia: 1º embaixador dos EUA em 36 anos é nomeado
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.