São Paulo, domingo, 23 de novembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Aubry ganha liderança do socialismo francês

Mas opositores alegam fraude nas prévias do PS

DA REDAÇÃO

Por apenas 42 votos de diferença, Martine Aubry se sagrou vencedora na disputa pela liderança do Partido Socialista francês. Mas sua rival Ségolène Royal prometeu contestar "por todos os meios" o segundo turno das internas, realizado anteontem para decidir a substituta de François Hollande, líder do PS há 11 anos.
Os seguidores de Royal -que havia vencido Aubry no primeiro turno- querem levar ao Conselho Nacional do partido denúncias de irregularidades nas eleições, para pedir uma nova votação.
"Houve fraude, houve trapaça, e isso coloca em dúvida os resultados", declarou o parlamentar Manuel Valls, partidário de Royal. "Só podemos superar isso com um novo turno".
O Conselho Eleitoral deve se reunir na próxima semana para analisar as denúncias e decidir se ratifica ou não a vitória de Aubry, que ficou com 50,02% dos 134.784 votos válidos, contra os 49,98% de Royal.

Sucessão em 2012
Aubry não fez comentários imediatamente após sua vitória, tarefa que deixou a seus simpatizantes. "Não há como negar que a situação é complicada, mas também não se pode negar que Martine Aubry é a nova primeira-secretária do Partido Socialista", declarou um deles, François Lamy.
Se confirmada sua vitória, ela desponta como favorita a suceder Nicolas Sarkozy nas eleições presidenciais de 2012, no que poderia ser uma revanche dos socialistas, derrotados nos últimos pleitos. Trata-se da primeira mulher a tomar as rédeas da principal agremiação de oposição a Sarkozy, do partido de centro-direita UMP.
Em resposta à tensa votação do PS, a UMP declarou em uma nota que o partido rival está em situação de "caos".
Aubry, 58 anos, é prefeita de Lille (norte da França), ex-ministra do Trabalho durante a gestão de Edith Cresson e ex-ministra de Emprego no governo de Lionel Jospin -quando arquitetou e aprovou a redução da jornada laboral semanal de 39 a 35 horas, depois desmantelada por Sarkozy. Ela estudou na elitista École Nationale d'Administration (ENA) e é filha de Jacques Delors, ex-presidente da Comissão Européia.


Com agências internacionais


Texto Anterior: Iraque: Parlamento vai votar pacto com EUA na quarta
Próximo Texto: Tibete: Líderes no exílio decidem pelo "meio-termo"
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.