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Aubry ganha liderança do socialismo francês
Mas opositores alegam fraude nas prévias do PS
DA REDAÇÃO
Por apenas 42 votos de diferença, Martine Aubry se sagrou
vencedora na disputa pela liderança do Partido Socialista
francês. Mas sua rival Ségolène
Royal prometeu contestar "por
todos os meios" o segundo turno das internas, realizado anteontem para decidir a substituta de François Hollande, líder do PS há 11 anos.
Os seguidores de Royal -que
havia vencido Aubry no primeiro turno- querem levar ao
Conselho Nacional do partido
denúncias de irregularidades
nas eleições, para pedir uma
nova votação.
"Houve fraude, houve trapaça, e isso coloca em dúvida os
resultados", declarou o parlamentar Manuel Valls, partidário de Royal. "Só podemos superar isso com um novo turno".
O Conselho Eleitoral deve se
reunir na próxima semana para
analisar as denúncias e decidir
se ratifica ou não a vitória de
Aubry, que ficou com 50,02%
dos 134.784 votos válidos, contra os 49,98% de Royal.
Sucessão em 2012
Aubry não fez comentários
imediatamente após sua vitória, tarefa que deixou a seus
simpatizantes. "Não há como
negar que a situação é complicada, mas também não se pode
negar que Martine Aubry é a
nova primeira-secretária do
Partido Socialista", declarou
um deles, François Lamy.
Se confirmada sua vitória, ela
desponta como favorita a suceder Nicolas Sarkozy nas eleições presidenciais de 2012, no
que poderia ser uma revanche
dos socialistas, derrotados nos
últimos pleitos. Trata-se da primeira mulher a tomar as rédeas
da principal agremiação de
oposição a Sarkozy, do partido
de centro-direita UMP.
Em resposta à tensa votação
do PS, a UMP declarou em uma
nota que o partido rival está em
situação de "caos".
Aubry, 58 anos, é prefeita de
Lille (norte da França), ex-ministra do Trabalho durante a
gestão de Edith Cresson e ex-ministra de Emprego no governo de Lionel Jospin -quando
arquitetou e aprovou a redução
da jornada laboral semanal de
39 a 35 horas, depois desmantelada por Sarkozy. Ela estudou
na elitista École Nationale
d'Administration (ENA) e é filha de Jacques Delors, ex-presidente da Comissão Européia.
Com agências internacionais
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