DA REDAÇÃO

A polícia italiana prendeu anteontem cinco marroquinos suspeitos de envolvimento com terrorismo em Rovigo, no norte do país. Eles carregavam explosivos e mapas com bases da Otan (aliança militar ocidental) e igrejas assinaladas. Eles foram interrogados pela Justiça ontem.
Entre os locais marcados nos mapas estavam a a basílica de Pádua e uma base da Otan em Verona. Os explosivos (um quilo) e os mapas foram encontrados no apartamento em que eles moravam em Rovigo, uma pequena cidade nos arredores de Veneza.
O secretário da Justiça dos EUA, John Ashcroft, que está em Roma, se reuniu com o ministro da Justiça da Itália, Roberto Castelli. Os dois afirmaram que as prisões fazem parte da luta italiana contra o terrorismo.
"As recentes detenções e a lista de condenações de pessoas envolvidas com o terrorismo são uma clara evidência de que a Itália leva a sério e agressivamente a luta contra o terror", disse Ashcroft.
Dois dos marroquinos estavam sendo interrogados por promotores em Rovigo. Ambos negaram as acusações, disse a advogada dos suspeitos, Sofia Tiengo.
Ainda sem ter conversado com os clientes, Tiengo disse que os cinco estavam sendo apenas acusados pela posse de explosivos, não por terrorismo. Caso sejam condenados, podem pegar oito anos de prisão. Ela acrescentou que o apartamento em que os marroquinos estavam se localiza em um prédio abandonado.

Células
A Itália já prendeu dezenas de pessoas acusadas de envolvimento com terrorismo. Há suspeitas de que uma série de células de extremistas islâmicos operem no país, especialmente em Milão e Bolonha, cidades do norte do país.
Promotores italianos dizem que essas células concedem apoio logístico para a rede terrorista Al Qaeda, do saudita Osama bin Laden. Entre as ações, está a falsificação de documentos.
Entre os detidos anteontem está o líder da comunidade islâmica de Rovigo, Reduane Bnoughazi, 32, e quatro outros homens com idades variando de 28 a 41 anos, disseram autoridades policiais.
Um policial, que preferiu não se identificar, disse que os explosivos foram encontrados durante uma inspeção de rotina em busca de imigrantes ilegais. De acordo com ele, os homens detidos ontem estavam empregados e pretendiam conseguir direito de residência permanente na Itália.
Em outubro, a polícia italiana prendeu três egípcios em Anzio, um porto ao sul de Roma, após eles serem encontrados com dois quilos de explosivos e um mapa indicando um cemitério militar americano na Itália.
Não há informações de que essas prisões e as realizadas anteontem tenham ligações.