DA REDAÇÃO

Um tailandês suspeito de ter a gripe do frango morreu ontem e outros dois garotos foram infectados pela misteriosa doença, informou o governo do país. Outros três casos suspeitos também estão sendo investigados.
Também ontem, o Camboja confirmou um surto epidêmico entre as galinhas, tornando-se o sexto país asiático a registrar a moléstia que tem assombrado a Ásia nas últimas semanas.
A Tailândia é o segundo país a confirmar casos de humanos infectados pela gripe do frango. O Vietnã já havia registrado cinco mortos pela doença.
O vírus H5N1, causador da doença, já devastou criações de aves na Coréia do Sul, no Japão, no Vietnã e em Taiwan. Milhões de galinhas já foram sacrificadas no esforço para conter a doença.
"A disseminação da gripe do frango está assumindo uma dimensão regional de larga escala", disse He Changchui, chefe do setor Ásia-Pacífico da FAO (Organização da ONU para a Agricultura e a Alimentação).
A confirmação do governo tailandês foi feita após semanas negando a existência de um surto da gripe de frango. Os produtores do país vinham acusando o governo de tentar esconder o problema.
A doença terá um grande impacto na economia tailandesa, o quarto maior produtor mundial de carne de frango. A União Européia, o principal comprador, já suspendeu as importações.

Risco e vacina
Os testes demonstram que a doença está presente nas criações de galinha e foi transmitida para humanos por aves infectadas.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), até agora não há indícios de que a gripe do frango seja transmitida de um humano para outro. A entidade enviou dois técnicos à Tailândia.
A OMS, no entanto, teme que a gripe avícola, uma variação do vírus influenza, possa sofrer mutação e passar a se disseminar entre humanos. Caso isso ocorra, haverá o risco de se tornar uma crise mais grave do que a da Sars (síndrome respiratória aguda grave), que em 2003 matou quase 800 pessoas, a maioria delas na China.
Por causa disso, a entidade recomendou ontem que as pessoas infectadas pela gripe do frango devam ser colocadas em quarentena para evitar o contato com pessoas portadoras do vírus influenza humano.
Ontem, a OMS anunciou que está trabalhando com empresas farmacêuticas para desenvolver uma vacina contra a doença, o que pode levar seis meses.