São Paulo, sábado, 24 de janeiro de 2004

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AFINIDADE

Iniciativa facilita arrecadação de fundos de pequenos doadores

Democratas lançam cartão de crédito

DO "NEW YORK TIMES"

Os democratas "de carteirinha" ganharam uma nova maneira de ajudar o partido: usar um cartão de crédito do Comitê Democrático Nacional que permite aos portadores doar o desconto de 1% nas compras diretamente à agremiação política.
Em parceria com a empresa Providian Financial, o órgão central do Partido Democrata americano está oferecendo a centenas de milhares de simpatizantes um cartão de afinidade Visa com a sua marca. Caso não queira contribuir com os democratas, o portador do cartão pode embolsar o desconto de 1%.
"Estamos oferecendo aos democratas de todos os Estados Unidos uma nova maneira de apoiar o partido. Esperamos que, a cada vez que eles usem o cartão, se lembrem do quão importante é a próxima eleição e que se motivem a participar", afirmou Debra DeShong, porta-voz do Comitê Democrático Nacional.
Analistas políticos dizem que o cartão de crédito reflete a importância ganha pelos doadores individuais agora que a nova lei eleitoral eliminou o "soft money" (contribuições ilimitadas que empresas e sindicatos podiam fazer aos partidos). "Quando o "soft money" foi banido, os partidos perderam as contribuições multimilionárias. Eles estão procurando maneiras de recuperar esse dinheiro perdido", disse Trevor Potter, ex-presidente da Comissão Eleitoral Federal.
O Partido Republicano fez experiências com um cartão similar na última campanha presidencial. Christine Iverson, porta-voz do Comitê Republicano Nacional, afirmou que o cartão foi suspenso porque as leis de financiamento de campanhas estavam mudando. O comitê está analisando a volta do cartão.
Em eleições passadas, os republicanos tiveram mais sucesso do que os democratas na arrecadação de fundos. No ciclo 1999-2000, por exemplo, os democratas receberam de pequenos doadores US$ 275 milhões (53% do total arrecadado).
Já os republicanos conseguiram US$ 466 milhões (65% do total). "É uma tarefa muito mais difícil levantar esse dinheiro", afirmou Lawrence Noble, um ex-conselheiro da Comissão Eleitoral Federal.
Para lançar o cartão, a Providian Financial enviou à Comissão Eleitoral Federal um relatório no ano passado explicando que a iniciativa respeitaria todas as leis que regem as campanhas.
As doações devem ser feitas pelos portadores dos cartões, e não pela Providian. A empresa deve também ajudar a garantir que o limite anual de US$ 25 mil para doações individuais não seja ultrapassado. Estrangeiros, menores de idade e responsáveis por compras governamentais não podem ter o cartão, já que as leis proíbem que façam doações a partido políticos.


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