São Paulo, sábado, 24 de janeiro de 2004

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ORIENTE MÉDIO

Cerca aguça conflito

Israel admite negociar barreira com palestinos

DA REDAÇÃO

Os chanceleres israelense, Silvan Shalom, e palestino, Nabil Shaath, expuseram ontem, no Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça), suas divergências sobre como superar o impasse no processo de paz israelo-palestino.
Os dois participariam de uma mesa de debate e, durante o dia, marcaram posição sobre vários assuntos, entre eles a controversa barreira que o governo Sharon constrói para isolar Israel dos territórios ocupados na Cisjordânia.
Shalom disse que seu governo está disposto a realizar mudanças no projeto desde que os palestinos retomem o diálogo com Israel. "Queremos reiniciar as negociações imediatamente", disse.
"A coisa mais importante que pedirei ao sr. Shalom é que diga às lideranças israelenses que parem de construir o muro dentro do território palestino e se comprometam com um cessar-fogo", disse seu colega palestino.
O premiê palestino, Ahmed Korei, recusa-se a dialogar com o premiê israelense, Ariel Sharon, enquanto a construção da barreira não for interrompida.
Segundo Israel, a barreira protege o país de ataques suicidas. "A cerca é reversível. Vidas humanas não são", disse Shalom. Israel exige que as autoridades palestinas reprimam os grupos terroristas.
Já os líderes palestinos sustentam que, com a barreira, Israel busca estabelecer uma fronteira de forma unilateral e inviabiliza um futuro Estado palestino.
A polêmica barreira já tem um terço dos 650 km planejados. É feita de concreto, arame e torres de vigilância. Em alguns pontos, avança em território palestino.
Sua legalidade será analisada em fevereiro na Corte Internacional de Justiça, na Holanda, a pedido da Assembléia Geral da ONU.


Com agências internacionais

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