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Partidários de Correa invadem Tribunal Eleitoral
O órgão, que devia decidir sobre a legalidade do referendo sobre uma Constituinte, adiou pronunciamento para hoje
Novo presidente faz quatro modificações em estatuto do referendo; oposição diz que vai começar a estudar "reforma política paralela"
DA REDAÇÃO
O Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) do Equador adiou para hoje a sessão que deve decidir sobre a legalidade do referendo, referente a convocação
de uma Assembléia Constituinte, convocado pelo presidente
Rafael Correa, que tomou posse em 15 de janeiro.
Os juízes anunciaram a postergação da decisão após dezenas de manifestentes terem entrado no Tribunal ontem durante a sessão, causando tumultos. Eles pediam a aprovação da consulta popular.
O voto de Jorge Acosta, presidente do TSE e ex-advogado
do ex-presidente Lucio Gutiérrez, deposto em 2005, pode ser
determinante.
Se for aprovado, o referendo
deve ocorrer no dia 18 de março. Segundo pesquisa desta semana do Cedatos Gallup, a consulta é apoiada por mais de 75%
dos cidadãos. A medida foi uma
das principais bandeiras de
Correa durante a campanha.
Uma nova Carta Magna para
o país faz parte dos planos do
novo presidente para uma "revolução socialista", prometida
ao assumir o cargo.
Conforme anunciou no dia
da posse, o presidente enviou o
pedido ao TSE sem tê-lo submetido ao Legislativo, controlado pela oposição, mas que, em
sua maioria, respalda a convocação de uma Constituinte.
Mudança de estatuto
No mesmo dia em que o TSE
aprovou o referendo, o governo
enviou ao órgão um decreto
que modifica quatro pontos do
projeto original para a formação da Constituinte. O primeiro deles aumenta o número de
constituintes -que inicialmente deveriam ser 87- para 130.
Do total, 24 constituintes serão
de caráter nacional, seis representarão os imigrantes (estimados em 3 milhões) e cem serão eleitos pelas Províncias.
O segundo se refere ao número de votos necessários para
a aprovação de medidas na
Constituinte. De início, Correa
defendeu que a metade dos
constituintes presentes poderia aprovar medidas.
Agora, ele propõe que a decisão seja tomada pela metade
absoluta da Assembléia.
A terceira medida modifica a
duração da Assembléia Constituinte, que terá 180 dias para
redigir a nova Carta, podendo
ser prorrogada por mais dois
meses. Após esse período, a
Constituinte será dissolvida,
tendo ou não aprovado uma
nova Constituição.
Por último, o governo, cedendo a pressões de movimentos
sociais, acrescentou que os partidos deverão recolher um número de assinaturas correspondentes a 1% do eleitorado
para poder inscrever seus candidatos. Antes, esse requisito
era exigido apenas para candidatos de grupos de cidadãos.
Esta modificação suscitou
críticas por parte da oposição,
que diz que a Lei Eleitoral não
os obriga a coletar assinaturas.
O vice-presidente do TSE
afirmou ontem que as modificações feitas pelo governo deverão ser analisadas pelo organismo na próxima semana.
As alterações feitas de última
hora provocaram mal-estar entre alguns setores sociais que
apóiam o governo. Segundo o
presidente do Parlamento, Jorge Cevallos, a minoria legislativa que se opõe à Constituinte
-temendo o fechamento do
Congresso- estudará uma reforma política paralela.
Rebatendo as críticas, o ministro do Interior, Gustavo
Larrea, disse que a Constituinte permitirá "solucionar problemas estrturais" para sair de
"um modelo econômico rentista, que vive do petróleo, em direção a um produtivo".
Com agências internacionais
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