DA REDAÇÃO

A destruição da cerca que separa a faixa de Gaza e o Egito provocou episódios curiosos. Num deles, dois jovens moradores do território palestino que haviam adiado o casamento por causa da dificuldade em encontrar móveis e utensílios para o futuro lar aproveitaram o dia de ontem para ir ao Egito comprar tudo o que precisam. E já pensam em celebrar sua união na próxima semana.
Osama Hassan, 25, e sua noiva Sarah, 17, passaram o dia percorrendo as tumultuadas ruas da parte egípcia de Rafah. Ele conseguiu achar um colchão adequado para seu problema nas costas. Ela comprou todos os móveis necessários para montar uma cozinha.
Depois de cancelar o casamento, inicialmente marcado para julho, eles estão preparando uma grande festa.
Hassan, um ex-combatente do Fatah, grupo do atual presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), diz que só tem a agradecer ao partido rival Hamas por abrir as fronteira com o Egito: "Eu sou do Fatah, mas hoje eu gostaria de ver [o ex-primeiro-ministro do governo do Hamas, Ismail] Haniyeh e beijar sua testa porque, se seus homens armados não tivessem feito aquilo, estaríamos na mesma situação até agora".
Abir, 19, fez a viagem no sentido inverso. Moradora da parte egípcia de Rafah, ela aproveitou a abertura da fronteira para se reunir com seu noivo, que mora em Gaza.
"Faz um ano e meio que estamos prometidos, era uma oportunidade única de ir ver meu noivo", comemorou.