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IRAQUE OCUPADO
Ataque a delegacia em Kirkuk fere mais de 50; Rumsfeld acusa Síria e Irã de dar passagem a terroristas
Sexto atentado no mês mata ao menos 7
DA REDAÇÃO
Pelo menos sete policiais iraquianos foram mortos em mais
um atentado, o sexto a atingir o
Iraque em fevereiro. O ataque de
ontem, executado por um terrorista suicida com um carro-bomba, atingiu uma delegacia em Kirkuk, no norte do país, majoritariamente curdo.
Durante uma visita surpresa de
um dia ao Iraque, o secretário da
Defesa americano, Donald Rumsfeld, foi informado que os ataques
suicidas se tornaram o maior problema do pós-guerra. O secretário
voltou a atribuir a entrada de terroristas no país ao Irã e à Síria.
"Não estamos conseguindo
muita cooperação por parte do
Irã e da Síria. Seus governos não
desejam libertar o povo iraquiano", disse ele durante sua quarta
visita ao Iraque desde a invasão
do país, em março passado.
Não é a primeira vez que Rumsfeld acusa Teerã e Damasco. Mas,
nos últimos meses, o tom vinha
diminuindo, e outras autoridades
americanas vinham dizendo haver poucos sinais da entrada de
terroristas pelas fronteiras.
Autoridades americanas no Iraque que se reuniram com o secretário lhe disseram que a origem
dos terroristas é controversa -há
quem acuse partidários do ex-ditador Saddam Hussein e quem
creia em uma migração de terroristas ligados à Al Qaeda, a rede
responsável pelo 11 de Setembro.
O chefe da administração americana no país, Paul Bremer, está
no segundo grupo. "Temos visto
um verdadeiro aumento desses
terroristas profissionais da Al
Qaeda e do Ansar al Islam conduzindo ataques suicidas", disse ele
após se reunir com Rumsfeld.
A relação com a Al Qaeda, traçada após o aumento de ataques
suicidas como o de ontem e da
execução de alguns ataques coordenados, ganhou força após a
apreensão de uma carta, em janeiro, atribuída a um terrorista que
opera no Iraque -na qual ele pede à rede ajuda para fomentar a
violência sectária no país.
Já a suspeita sobre simpatizantes do regime deposto é reforçada
pelo fato de iraquianos aliados às
forças de ocupação terem se tornado o principal alvo de ataques
-cerca de 250 iraquianos foram
mortos neste mês-, enquanto
ações contra as forças dos EUA
caíram 70% desde novembro.
Falta de proteção
O ataque de ontem ocorreu por
volta das 8h45 (horário local),
quando um terrorista se aproximou do portão da delegacia em
um Oldsmobile branco carregado
de explosivos e os detonou. Informações sobre o número de mortos ainda eram desencontradas,
variando entre sete e 13. O número de feridos superava 50.
"Ele nos pegou de surpresa. Não
conseguimos disparar um único
tiro contra o terrorista", disse o
policial Saman Ali. Poças de sangue se espalhavam pelo chão coberto de neve. "Havia pedaços do
suicida, suas pernas e braços, pela
delegacia", disse o policial Amjad
Reda, ferido levemente.
Os policiais, armados somente
com fuzis, reclamaram da falta de
segurança, dizendo que os americanos não fornecem a proteção
adequada. Embora postos policiais sejam alvo freqüente de ataques, a delegacia não tinha nenhum tipo de proteção especial.
Em visita a membros da Defesa
Civil, Rumsfeld declarou aos iraquianos esperar que eles assumam rapidamente a segurança de
seu país. Mas o general Mark
Kimmit, porta-voz militar dos
EUA no Iraque, disse estar "claro
que as forças iraquianas ainda
não têm capacidade" para isso.
Maus-tratos
Os EUA suspenderam 17 soldados acusados de maltratar prisioneiros iraquianos. Até agora, três
militares americanos foram exonerados por esse motivo.
A decisão seguiu acusações do
grupo de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional. Os
casos ainda serão investigados.
Com agências internacionais
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