São Paulo, terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

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Agência tem amplas funções e controles frouxos

DA REDAÇÃO

O Departamento Administrativo de Segurança (DAS) tem funções amplas que extrapolam as de uma agência de inteligência, podendo ser considerado um misto de CIA e FBI.
Além das atividades de inteligência e contrainteligência, o órgão é encarregado da segurança das instituições estatais e atua como polícia migratória e judiciária -entre suas funções estão o controle migratório, o registro de estrangeiros e investigações de caráter criminal, por exemplo. Porém, todos seus funcionários são considerados agentes de inteligência.
Vinculado à Presidência, o DAS trabalha ainda ao lado do DEA (a agência americana de combate à droga) e como escritório da Interpol (polícia internacional) na Colômbia.
Com tamanho escopo de ação e frouxos controles internos, o DAS se tornou alvo de diversas denúncias de conivência com paramilitares, narcotraficantes e guerrilheiros e de violações de direitos humanos, denúncias que se exacerbaram no governo Álvaro Uribe.
O primeiro diretor apontado pelo presidente, Jorge Noguera, está atualmente preso, sendo investigado por conspiração com grupos paramilitares. Escândalo anterior de escutas ilegais derrubou a então diretora da agência no ano passado.
Ontem, o ministro do Interior, Fabio Valencia, defendeu a "depuração" do DAS -movimento que, à força de escândalos, já atingiu outros setores durante o atual governo.
Até o fim do ano passado, cerca de 30 oficiais e suboficiais do Exército colombiano, incluindo ao menos três generais, haviam sido afastados pelo caso dos "falsos positivos" -civis assassinados por militares, mas apresentados mais tarde como guerrilheiros ou paramilitares mortos em combate em troca de recompensas ou promoções.
O escândalo também derrubou o comandante do Exército, general Mario Montoya, que fazia a ponte entre o Pentágono e as Forças Armadas da Colômbia. A Procuradoria do país ainda investiga mais de mil casos de execuções sumárias no último ano.
Outro escândalo que marcou o governo Uribe foi o da "parapolítica". Investigações da Suprema Corte sobre os vínculos entre o poder colombiano e milícias de extrema-direita envolveram mais de 60 congressistas da base aliada do governo e levaram a mais de 30 prisões.


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