|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Agência tem amplas funções e controles frouxos
DA REDAÇÃO
O Departamento Administrativo de Segurança (DAS)
tem funções amplas que extrapolam as de uma agência de inteligência, podendo ser considerado um misto de CIA e FBI.
Além das atividades de inteligência e contrainteligência, o
órgão é encarregado da segurança das instituições estatais e
atua como polícia migratória e
judiciária -entre suas funções
estão o controle migratório, o
registro de estrangeiros e investigações de caráter criminal,
por exemplo. Porém, todos
seus funcionários são considerados agentes de inteligência.
Vinculado à Presidência, o
DAS trabalha ainda ao lado do
DEA (a agência americana de
combate à droga) e como escritório da Interpol (polícia internacional) na Colômbia.
Com tamanho escopo de
ação e frouxos controles internos, o DAS se tornou alvo de diversas denúncias de conivência
com paramilitares, narcotraficantes e guerrilheiros e de violações de direitos humanos, denúncias que se exacerbaram no
governo Álvaro Uribe.
O primeiro diretor apontado
pelo presidente, Jorge Noguera, está atualmente preso, sendo investigado por conspiração
com grupos paramilitares. Escândalo anterior de escutas ilegais derrubou a então diretora
da agência no ano passado.
Ontem, o ministro do Interior, Fabio Valencia, defendeu
a "depuração" do DAS -movimento que, à força de escândalos, já atingiu outros setores
durante o atual governo.
Até o fim do ano passado,
cerca de 30 oficiais e suboficiais
do Exército colombiano, incluindo ao menos três generais,
haviam sido afastados pelo caso
dos "falsos positivos" -civis assassinados por militares, mas
apresentados mais tarde como
guerrilheiros ou paramilitares
mortos em combate em troca
de recompensas ou promoções.
O escândalo também derrubou o comandante do Exército,
general Mario Montoya, que fazia a ponte entre o Pentágono e
as Forças Armadas da Colômbia. A Procuradoria do país ainda investiga mais de mil casos
de execuções sumárias no último ano.
Outro escândalo que marcou
o governo Uribe foi o da "parapolítica". Investigações da Suprema Corte sobre os vínculos
entre o poder colombiano e milícias de extrema-direita envolveram mais de 60 congressistas
da base aliada do governo e levaram a mais de 30 prisões.
Texto Anterior: Ministro faz 1ª visita aos EUA no novo governo Próximo Texto: Desgastado, ministro espanhol se demite Índice
|