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IRAQUE SOB TUTELA
Três reféns ocidentais são libertados por tropas da coalizão; ao menos dez ações violentas fazem vítimas
Série de ataques deixa 56 mortos no Iraque
DA REDAÇÃO
Ao menos 56 pessoas morreram e centenas ficaram feridas em
vários ataques isolados -ao menos dez- ocorridos em diferentes regiões do Iraque ontem, mesmo dia em que dois canadenses e
um britânico foram libertados
após permanecerem quatro meses seqüestrados. Na ação mais
violenta, um carro-bomba explodiu na entrada de um departamento do Ministério do Interior,
em Bagdá, matando dez civis e 15
policiais.
Na área atingida estavam sob
custódia cerca de 20 militantes insurgentes. Mas a polícia iraquiana
negou que o ataque tenha tido como objetivo libertar esses prisioneiros. Nos dois dias anteriores,
outras investidas contra unidades
da polícia visavam esse propósito.
Também ontem, outro carro-bomba causou uma explosão perto de uma mesquita xiita no sudoeste de Bagdá. Ao menos seis
pessoas morreram e 20 ficaram
feridas, a maioria delas crianças.
Em outro incidente, bombas foram lançadas em direção a policiais na capital iraquiana e na cidade de Iskandariyah, deixando
cinco mortos e dezenas de feridos.
O Exército dos EUA declarou
ontem que a série de atentados
durante a semana de 11 a 17 de
março fez crescer 75% a morte de
vítimas civis em relação à semana
anterior.
Só em Bagdá, foram 58 incidentes, contabilizando 134 mortos
nesse período. Citando outro dado, os militares afirmaram que a
média vem sendo de 75 incidentes
por dia em todo o território iraquiano desde agosto de 2005.
O secretário de Defesa dos EUA,
Donald Rumsfeld, se recusou a
determinar um prazo para a saída
das forças norte-americanas. O
presidente George W. Bush já havia dito que a retirada ficará a cargo de um futuro presidente norte-americano e de um futuro governo do Iraque.
Reféns libertados
Tropas dos EUA e do Reino
Unido invadiram uma casa localizada em um região próxima a
Bagdá e libertaram três missionários cristãos que haviam sido seqüestrados em dezembro do ano
passado. Um quarto refém, o
americano Tom Fox, 54, foi achado morto no início deste mês em
uma rua da capital iraquiana.
Os canadenses James Loney, 41,
e Harmeet Singh Sooden, 32, e o
britânico Norman Kember, 74, da
organização Cristãos pela Paz, foram encontrados em condições
"razoáveis", segundo o governo
britânico e familiares do americano. A localização do cativeiro foi
revelada por um homem capturado horas antes da ação empreendida pelas tropas, que não encontraram os seqüestradores na casa.
A Cristãos pela Paz investiga denúncias de violações de direitos
humanos cometidas pelas forças
de coalizão. Para um co-diretor
da organização, Doug Pritchard,
o ocorrido resulta da "ocupação
ilegal do Iraque por forças multinacionais que causam insegurança e que levaram ao seqüestro e a
tanto sofrimento no país".
Relatório sobre abusos
A ONU solicitou ao Iraque que
intervenha nas forças de segurança com intuito de desmontar supostos "esquadrões da morte"
que operam internamente e que
também investigue relatos sobre
tortura em prisões do país.
Segundo o escritório de direitos
humanos da ONU, foi registrado
um grande número de execuções
sumárias dentro e nas cercanias
de Bagdá. Em janeiro, um grupo
de 22 homens, com fardas de policiais, foi detido ao levar um homem que seria executado.
Com agências internacionais
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