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Iranianos capturam 15 marinheiros britânicos no golfo Pérsico
Grupo fiscalizava barcos a caminho de portos iraquianos; Londres exige libertação "imediata", mas Teerã acusa militares de invadir suas águas territoriais
DA REDAÇÃO
Um grupo de 15 marinheiros
britânicos foi ontem capturado
pela Guarda Revolucionária Islâmica, corpo de elite do Irã,
quando efetuava patrulha de
rotina no golfo Pérsico.
A ministra das Relações Exteriores do Reino Unido, Margaret Beckett, exigiu que os militares sejam "imediatamente
libertados" e pediu aos iranianos "explicações completas".
Em Washington, o porta-voz
do Departamento de Estado,
Sean McCormack, disse que o
governo americano apóia a exigência britânica de libertação
imediata dos marinheiros.
Em missão da ONU
A Marinha Real cumpre nas
águas do golfo tarefa atribuída
pela Resolução 1.723, da ONU,
de apoiar o Iraque no combate
ao contrabando e evitar o desembarque, por mar, de armas
para a insurgência.
Os 15 marinheiros estavam
em duas lanchas que acabavam
de inspecionar um cargueiro
japonês, suspeito de contrabandear automóveis usados.
Foram cercados por militares iranianos, que os forçaram a
acompanhá-los a uma base, no
estreito de Shatt al Arab, fronteira do Irã com o Iraque.
Os marinheiros pertencem à
tripulação da fragata HMS
Cornwall, cujo comandante,
Nick Lambert, disse à BBC que
não houve resistência e que recebeu dos iranianos, por rádio,
a informação de que os militares britânicos estavam bem.
Disse acreditar num "simples engano" e insistiu não haver dúvidas de que os marinheiros estavam em águas territoriais do Iraque.
Depois de longas horas sem
reagir ou confirmar o incidente, a televisão iraniana acusou o
grupo britânico "de ter penetrado ilegalmente" em águas
territoriais do país.
Programa nuclear
Observadores acreditam que
a Guarda Revolucionária decidiu criar um grande caso internacional às vésperas da votação, pela ONU, de novas sanções contra o Irã, por conta de
seu programa de enriquecimento de urânio.
O jornal londrino "Times"
diz ser possível que a captura
seja uma forma de o Irã responder ao que chama de "seqüestro" pelos serviços de inteligência ocidentais de oficiais da
Guarda Revolucionária.
Além do ex-comandante da
corporação Ali Reza Asghari,
que teria se exilado no Ocidente, também desapareceram um
coronel, Amir Muhammed Shirazi, e um oficial conhecido como Muhammed Soltani. Os
dois últimos, segundo o jornal,
participavam de operações de
auxílio às forças xiitas no Iraque. A guarda opera de modo
independente do Ministério da
Defesa e tem como único comandante o aiatolá Ali Khamenei. Sua oficialidade tem claras
simpatias pelo presidente
Mahmoud Ahmadinejad.
Além da HMS Cornwall, os
britânicos mantêm no golfo
dois caça-minas e um barco auxiliar de intendência.
A Marinha dos Estados Unidos tem uma presença bem
mais pesada, com dois porta-aviões e uma frota destinada a
proteger o petróleo iraquiano e
demonstrar força ao Irã.
Navegam pela região 80%
das importações européias da
Ásia e boa parte do petróleo do
Oriente Médio.
Em 2004 o Irã capturou na
mesma região seis militares
britânicos que, antes de serem
libertados, três dias depois, foram exibidos de olhos vendados na TV iraniana e obrigados
a "pedir desculpas".
Com agências internacionais
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