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ORIENTE MÉDIO
Arafat aceita acordo na última hora; Israel e EUA apóiam mais poderes para o moderado Mazen
Arafat cede e fecha acordo com premiê para formar gabinete
DA REDAÇÃO
O presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Iasser
Arafat, e o premiê palestino, Mahmoud Abbas -conhecido como
Abu Mazen-, chegaram a um
acordo para pôr fim às divergências entre para reformar o gabinete, o que estava atrasando a implementação de um novo plano de
paz para o Oriente Médio.
O premiê de Israel, Ariel Sharon, após receber a notícia do
acordo entre os palestinos, disse
que o seu governo "irá fazer tudo
o que for possível para chegar a
um acordo diplomático com os
palestinos que possa levar à paz".
Os EUA também festejaram. O
porta-voz do Departamento de
Estado, Richard Boucher, disse
que Washington "pretende trabalhar com Abu Mazen e Israel para
colocar um fim à violência e reiniciar o processo de paz que deve
culminar com a visão [do presidente George W. Bush] de dois
Estados -Israel e Palestina-
coexistindo em paz e segurança".
O diálogo entre Arafat e Mazen
foi mediado por um enviado egípcio que buscou aparar as arestas
antes do ultimato para um acordo
sobre a reforma ministerial, que
venceria ontem à meia-noite. O
Parlamento palestino deve se reunir no domingo ou na segunda-feira para aprovar o gabinete.
Segundo o acordo entre os dois,
Mazen irá acumular o cargo de
ministro do Interior, enquanto
Mohammed Dahlan, o poderoso
ex-chefe de segurança da faixa de
Gaza, assumirá o Ministério da
Segurança Interna.
Arafat não queria que Dahlan
assumisse postos no novo gabinete. No ano passado, os dois entraram em choque e Dahlan foi afastado de seu cargo. Ele era visto pelos EUA e por Israel como um homem-chave no combate aos extremistas palestinos que se
opõem a um acordo de paz.
Dahlan, 41, é um dos líderes da
nova geração palestina. Ele foi
preso diversas vezes por Israel até
ser deportado em 1988. Em 1994,
retornou para a faixa de Gaza.
Além dele, há outros críticos a
Arafat no gabinete.
Mazen, 68, é visto pelos EUA e
pela União Européia como uma
das poucas saídas para que os israelenses se sintam seguros para
negociar com os palestinos. O
premiê tem um histórico de moderação nas negociações com os
israelenses e considera um erro a
violência da Intifada -levante
iniciado em 2000 contra a ocupação israelense.
O premiê é um dos fundadores
da OLP (Organização pela Libertação da Palestina), em 1964. Ele
sempre esteve ao lado de Arafat,
74, e foi um dos signatários dos
acordos de paz assinados nos
anos 90. Com formação em história, o premiê tem doutorado em
uma universidade de Moscou.
Sua chegada ao poder e a aprovação de seu gabinete era um dos
pré-requisitos para estabelecer o
novo cronograma de negociações
de paz, chamado de "mapa do caminho", que deve culminar com o
estabelecimento de um Estado
palestino em 2005.
Inicialmente, os palestinos devem interromper os ataques contra israelenses. Já Israel deve congelar a construção de novos assentamentos na Cisjordânia e na
faixa de Gaza. Talvez ainda neste
ano possa ser criado um Estado
palestino provisório, com fronteiras indefinidas. Temas mais difíceis, como as fronteiras finais, o
status de Jerusalém e o destino
dos refugiados palestinos seriam
discutidos posteriormente.
Mas o sucesso do novo plano
depende de como será a natureza
do novo governo palestino, o que
ainda não está claro.
Mazen terá sob seu controle a
força de segurança preventiva e
tocará o dia-a-dia da administração palestina. Desse modo, haverá condições para ele combater os
extremistas palestinos e impedir o
financiamento ao terrorismo
contra os israelenses.
Porém Arafat terá o comando
de outras forças de segurança e
aparentemente possuirá a palavra
final em um possível acordo de
paz com Israel. Israel e EUA não
confiam em Arafat e acham que
ele não combate o terrorismo.
O grupo extremista Hamas rejeitou a reforma no gabinete palestino, afirmando que ela "é uma
submissão ao que está sendo ditado pelos estrangeiros".
Com agências internacionais
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