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Atentados em série matam 64 em Bagdá
Explosões, atribuídas pelas autoridades à Al Qaeda, ocorrem poucos dias após a morte de dois líderes da insurgência
Ataques são uma aparente demonstração de força dos militantes, enquanto o Iraque vive vácuo de poder após as eleições de março
Karim Kadim/Associated Press
![](../images/e2404201003.jpg) |
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Em Cidade Sadr, locais apagam fogo de carro que explodiu
DA REDAÇÃO
Uma série de atentados contra alvos xiitas deixou ontem ao
menos 64 mortos em Bagdá,
quatro dias após o anúncio da
morte de dois líderes da Al Qaeda no Iraque e em meio à indefinição política ante as inconclusivas eleições de 7 de março.
Aparentemente coordenados, os atentados de ontem
ocorreram num intervalo de
duas horas -perto do horário
das preces muçulmanas-,
quando foram ativadas ao menos dez bombas em carros ou
às margens de estradas, em várias partes de Bagdá, principalmente perto de mesquitas e
mercados xiitas. Há mais de
uma centena de feridos.
Cidade Sadr, bairro pobre de
Bagdá e reduto do clérigo xiita
antiamericano Moqtada al
Sadr, foi alvo de quatro das
bombas. Nenhum dos atentados foi suicida -marca registrada da Al Qaeda-, mas as autoridades imediatamente atribuíram a série de ataques à insurgência sunita, que com frequência alveja os xiitas, numa
tentativa de reacender as tensões sectárias que as eleições de
março visavam acalmar.
O pleito não teve um vencedor claro: o partido do primeiro-ministro, Nuri al Maliki, obteve 89 cadeiras no Parlamento, contra 91 da legenda do ex-premiê Iyad Allawi. Mas nenhum dos dois conquistou
maioria para governar, e a Justiça ordenou a recontagem de
2,5 milhões de votos em Bagdá,
o que pode mudar o resultado
eleitoral. No meio tempo, o Iraque vive um vácuo político, enquanto os EUA preparam a retirada de suas tropas do país,
que deve ser concluída até 2011.
Os ataques de ontem são um
forte revés para Maliki, que tinha comemorado a morte dos
dois líderes da Al Qaeda -em
ação conjunta com os EUA-
como um golpe "que quebrou a
coluna" da insurgência.
Se confirmada como autora
dos atentados, a Al Qaeda dá
nova demonstração de força,
fazendo de abril o mês mais
mortal do ano no país até agora,
com cerca de 260 civis mortos
em ataques -apesar da queda
da violência nos últimos anos.
Também ontem, oito pessoas
morreram em explosões em
Khalidiya, Província de Anbar,
de maioria sunita. Segundo autoridades, os ataques visavam
casas de policiais e juízes locais.
Com agências internacionais
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