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Um militar é ferido e outro some na
operação brasileira na fronteira
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
A Operação Tapuru, ação conjunta das Forças Armadas brasileiras na fronteira com a Colômbia, registrou ontem as suas duas
primeiras baixas. Um militar está
desaparecido e outro foi ferido
em confrontos com forças supostamente do país vizinho -não se
sabe se guerrilheiros, narcotraficantes ou pessoas comuns.
Os dois incidentes foram comunicados ontem pelo ministro da
Defesa, Geraldo Quintão, em entrevista no Comando Militar da
Amazônia, em Manaus.
O primeiro caso ocorreu às
20h15 de terça, em Belém do Solimões, município de Tabatinga (a
1.105 km de Manaus). Segundo
nota, o cabo Gilberto José de Souza Santos, 26, foi ferido a bala
quando sua patrulha perseguia
barco suspeita no rio Solimões.
"Essa agressão foi provavelmente de elementos colombianos. Houve a agressão e a reação.
Não sabemos se houve mortos do
lado de lá, mas sabemos que não
houve mortos do lado de cá", disse o comandante militar da Amazônia, general Valdésio Guilherme de Figueiredo, que citou pela
primeira vez a palavra "guerra"
na operação. "O militar [o cabo
Santos" está ótimo, pronto para
voltar para guerra", disse.
O cabo Geraldo Santos integra o
navio de patrulha Raposo Tavares. O comando informou que ele
foi transferido ontem para o Hospital do Exército em Manaus.
O segundo incidente ocorreu
anteontem perto da ilha de Flores,
em São Gabriel da Cachoeira (a
858 km de Manaus). O terceiro-sargento de infantaria Manoel de
Jesus Alencar, 27, desapareceu
quando fazia patrulha pelo rio
Negro. Não se sabe o que ocorreu.
Inquéritos foram instaurados.
"Imagina numa situação real, por
isso que tem de haver treino e preparo de todos os militares", disse
o ministro Quintão.
A Operação Tapuru segue, com
seus 4.000 homens, navios, aviões
e custo de R$ 5 milhões, até amanhã, véspera da eleição na Colômbia. O comandante Figueiredo
reafirmou que não há relação direta entre os dois fatos, apesar de
o general Joaquim Silva e Luna,
comandante da 16ª Brigada de Infantaria da Selva, ter admitido isso na terça-feira -há um aumento na movimentação na fronteira
pelo recrudescimento das ações
militares colombianas.
Sobre os incidentes, o comandante Figueiredo disse: "Estamos
no fogo, é para se queimar." Em
fevereiro, um militar do 3º Pelotão Especial de Fronteira desapareceu na região em circunstâncias ainda não esclarecidas.
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