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São Paulo, terça-feira, 24 de junho de 2003

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A FAVOR

"É uma declaração retumbante"

DE NOVA YORK

A presidente da Universidade de Michigan, Mary Sue Coleman, definiu o resultado de ontem como "uma tremenda vitória".
Ela defende que a entidade conseguiu a bênção da Suprema Corte para seu principal ponto, o de que é constitucional praticar ação afirmativa -diminuindo, assim, a importância da derrota que sofreu em relação à maneira como implementou a idéia.
"É uma declaração retumbante que será ouvida pelo país, em nossas salas de aula e no mundo empresarial", disse Coleman por meio de um comunicado.
A palavra da Suprema Corte foi comemorada no campus da Universidade de Michigan por professores e alunos, que dizem esperar que o clima da escola melhore com o fim do caso.
"A decisão sustenta o princípio de que as escolas têm o direito não apenas de usar seus critérios, mas de que há interesse de que a diversidade esteja entre eles", disse, à Associated Press, Cheryl Fields, porta-voz da National Association for State Universities, que reúne 211 universidades.
Entidades que apóiam as práticas da universidade, porém, foram mais céticas em relação à conclusão da Suprema Corte.
"Gosto do aspecto positivo da decisão. As pessoas não falam muito sobre a parte da graduação na decisão. Esse é um problema. Mas estou satisfeito, poderia ter sido completamente diferente", disse Robert W. Ethridge, presidente da American Association for Affirmative Association.
Já o American Civil Rights Institute apontou que a decisão abre o caminho para mais conflitos. Algo, aliás, exatamente contrário ao pedido feito pelos advogados de ambos os lados à Suprema Corte -durante o processo, solicitaram que os juízes definissem de uma vez o que pode e o que não pode ser feito.
"As decisões foram mistas e ambíguas. Vão levar nosso país para outra geração de confronto e agonia sobre os usos permitidos de raça. Importante, a corte opinou que discriminação racial, da forma que eles estão agora aprovando, será inconstitucional em 25 anos. A questão óbvia é, se discriminação racial como aprovada agora pela corte poderá ser inconstitucional em 25 anos, por que não é agora?", disse Ward Connerly, presidente do American Civil Rights Institute.
Ethredige, da American Association for Affirmative Action, apontou na mesma direção. "Foi positivo para os dois lados. Acho que vamos ver mais casos."
Em sua opinião, a universidade tem agora de buscar se adaptar às novas determinações para manter seu programa de pé. "O que precisa ser feito é ver o candidato por todos os aspectos", afirmou Ethredige. (RD)


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