São Paulo, sábado, 24 de junho de 2006

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Governo iraquiano proporá plano para reconciliação

Projeto inclui data para que o país volte a ser responsável por sua segurança

Objetivo é dar fim à violenta disputa entre grupos rivais, que ontem levou a toque de recolher; anistia de presos está incluída no programa


DA REDAÇÃO

O governo iraquiano deve apresentar amanhã um ambicioso plano em busca da reconciliação entre os grupos que se enfrentam no país. Em meio a seus 28 pontos estratégicos, há a proposta de uma data-limite para que o Exército do país assuma a segurança nacional. Também deve ser definido um programa de anistia para parte dos insurgentes no Iraque, segundo um político do alto escalão do governo.
O plano, proposto pelo primeiro-ministro Nuri al Maliki, prevê a soltura de prisioneiros contra os quais não foram encontradas evidências de participação em "crimes nem ações claramente terroristas" e propõe a revisão da nova Constituição do país, para atender a demandas dos árabes sunitas e tentar minar a força das milícias sectárias.
O porta-voz da Casa Branca, Tony Snow, afirmou que "o primeiro-ministro do Iraque deixou claro que não vai dar anistia a ninguém que tenha sangue em suas mãos". "Vamos deixar que ele defina isso", disse.
Ontem, foram libertados cerca de 500 detentos da prisão de Abu Ghraib -que se tornou célebre após as evidências de torturas perpetradas por soldados americanos-, já como parte do esforço para a reconciliação nacional.
A proposta de paz, obtida antecipadamente pela agência de notícias Associated Press, conclama os árabes xiitas, os árabes sunitas e os iraquianos de etnia curda a um consenso, ao menos sobre alguns pontos básicos, para que se possa sair do impasse -e da conseqüente violência- que paralisa o país.
O plano seria apresentado na última semana, mas o premiê atrasou seu anúncio devido a discordâncias entre os diferentes grupos iraquianos.

Toque de recolher
Ontem, o governo do Iraque voltou a declarar estado de emergência em Bagdá e impôs um toque de recolher, ordenando que todas as pessoas deixassem as ruas.
A decisão foi tomada após um confronto de forças americanas e iraquianas com insurgentes armados com fuzis e granadas, perto da Zona Verde -região altamente fortificada onde se concentram prédios públicos e embaixadas. Três policiais iraquianos e cinco soldados do Exército do país ficaram feridos.
Apesar do toque de recolher, a violência não arrefeceu. Uma bomba perto de uma mesquita sunita matou ao menos dez pessoas, e um carro-bomba explodiu junto a um campo de petróleo, matando cinco pessoas. Anteontem, um explosivo que tinha como alvo o governador da Província de Diyala, Raad al Mowla, deixou-o ferido e matou seu motorista e um de seus guarda-costas.


Com agências internacionais

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