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Governo iraquiano proporá plano para reconciliação
Projeto inclui data para que o país volte a ser responsável por sua segurança
Objetivo é dar fim à violenta disputa entre grupos rivais, que ontem levou a toque de recolher; anistia de presos está incluída no programa
DA REDAÇÃO
O governo iraquiano deve
apresentar amanhã um ambicioso plano em busca da reconciliação entre os grupos que se
enfrentam no país. Em meio a
seus 28 pontos estratégicos, há
a proposta de uma data-limite
para que o Exército do país assuma a segurança nacional.
Também deve ser definido um
programa de anistia para parte
dos insurgentes no Iraque, segundo um político do alto escalão do governo.
O plano, proposto pelo primeiro-ministro Nuri al Maliki,
prevê a soltura de prisioneiros
contra os quais não foram encontradas evidências de participação em "crimes nem ações
claramente terroristas" e propõe a revisão da nova Constituição do país, para atender a
demandas dos árabes sunitas e
tentar minar a força das milícias sectárias.
O porta-voz da Casa Branca,
Tony Snow, afirmou que "o primeiro-ministro do Iraque deixou claro que não vai dar anistia a ninguém que tenha sangue
em suas mãos". "Vamos deixar
que ele defina isso", disse.
Ontem, foram libertados cerca de 500 detentos da prisão de
Abu Ghraib -que se tornou célebre após as evidências de torturas perpetradas por soldados
americanos-, já como parte do
esforço para a reconciliação nacional.
A proposta de paz, obtida antecipadamente pela agência de
notícias Associated Press, conclama os árabes xiitas, os árabes sunitas e os iraquianos de
etnia curda a um consenso, ao
menos sobre alguns pontos básicos, para que se possa sair do
impasse -e da conseqüente
violência- que paralisa o país.
O plano seria apresentado na
última semana, mas o premiê
atrasou seu anúncio devido a
discordâncias entre os diferentes grupos iraquianos.
Toque de recolher
Ontem, o governo do Iraque
voltou a declarar estado de
emergência em Bagdá e impôs
um toque de recolher, ordenando que todas as pessoas deixassem as ruas.
A decisão foi tomada após
um confronto de forças americanas e iraquianas com insurgentes armados com fuzis e
granadas, perto da Zona Verde
-região altamente fortificada
onde se concentram prédios
públicos e embaixadas. Três
policiais iraquianos e cinco soldados do Exército do país ficaram feridos.
Apesar do toque de recolher,
a violência não arrefeceu. Uma
bomba perto de uma mesquita
sunita matou ao menos dez
pessoas, e um carro-bomba explodiu junto a um campo de petróleo, matando cinco pessoas.
Anteontem, um explosivo que
tinha como alvo o governador
da Província de Diyala, Raad al
Mowla, deixou-o ferido e matou seu motorista e um de seus
guarda-costas.
Com agências internacionais
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