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"Novos grupos" tentam ocupar vácuo dos "paras", diz relatório
DA REDAÇÃO
Um relatório divulgado em
maio pelo prestigioso International Crisis Group joga luz sobre situação da Colômbia: embora as AUC (Autodefesas Unidas da Colômbia), principal rede paramilitar, tenha formalmente deposto as armas, em 16
dos 32 Departamentos do país
"novos grupos" ilegais -com
métodos ora semelhantes aos
dos "paras" e ora aos das quadrilhas cariocas- espalham
violência principalmente na
zona rural.
São do governo colombiano
os números que estimam haver
ao menos 3.000 homens nesses
novos agrupamentos, muitos
advindos das fileiras da AUC.
ONGs, também citadas no texto, mencionam o triplo dessa
cifra. Com base em entrevistas
de campo, o ICG diz que grupos
como as Águias Negras já se articulam regionalmente.
O cenário é preocupante porque em outubro ocorrem eleições municipais e regionais na
Colômbia. Apesar das denúncias de perseguição de líderes
locais e do seqüestro de uma
prefeita, "ainda não se sabe a
fundo se os novos grupos pretendem controlar candidatos",
diz o texto.
Eram nesses níveis que se fazia sentir a maior pressão política das AUC, que depois se
constatou também chegar ao
Congresso -13 parlamentares,
12 deles ligados ao governo Uribe, estão presos acusados de
envolvimento com os "paras".
Para o Crisis Group, se o governo insistir em tratar os novos grupos como simples quadrilhas de criminosos, a situação pode comprometer "o êxito
a desmobilização" dos "paras".
Na Medellín da Associação
Mães da Candelária, o relatório
expõe: "É onde é mais difícil
provar que existe um novo grupo e onde é mais fácil demonstrar que a influência do ex-chefe das AUC segue intacta. [...]
Várias fontes concordam que
"Don Berna" [preso] segue manejando os fios do poder".
(FM)
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