São Paulo, domingo, 24 de junho de 2007

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"Novos grupos" tentam ocupar vácuo dos "paras", diz relatório

DA REDAÇÃO

Um relatório divulgado em maio pelo prestigioso International Crisis Group joga luz sobre situação da Colômbia: embora as AUC (Autodefesas Unidas da Colômbia), principal rede paramilitar, tenha formalmente deposto as armas, em 16 dos 32 Departamentos do país "novos grupos" ilegais -com métodos ora semelhantes aos dos "paras" e ora aos das quadrilhas cariocas- espalham violência principalmente na zona rural.
São do governo colombiano os números que estimam haver ao menos 3.000 homens nesses novos agrupamentos, muitos advindos das fileiras da AUC. ONGs, também citadas no texto, mencionam o triplo dessa cifra. Com base em entrevistas de campo, o ICG diz que grupos como as Águias Negras já se articulam regionalmente.
O cenário é preocupante porque em outubro ocorrem eleições municipais e regionais na Colômbia. Apesar das denúncias de perseguição de líderes locais e do seqüestro de uma prefeita, "ainda não se sabe a fundo se os novos grupos pretendem controlar candidatos", diz o texto.
Eram nesses níveis que se fazia sentir a maior pressão política das AUC, que depois se constatou também chegar ao Congresso -13 parlamentares, 12 deles ligados ao governo Uribe, estão presos acusados de envolvimento com os "paras".
Para o Crisis Group, se o governo insistir em tratar os novos grupos como simples quadrilhas de criminosos, a situação pode comprometer "o êxito a desmobilização" dos "paras".
Na Medellín da Associação Mães da Candelária, o relatório expõe: "É onde é mais difícil provar que existe um novo grupo e onde é mais fácil demonstrar que a influência do ex-chefe das AUC segue intacta. [...] Várias fontes concordam que "Don Berna" [preso] segue manejando os fios do poder". (FM)


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