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Analista vê limites em estratégia de guerra americana
Práticas de contrainsurgência não oferecem garantia de vitória contra o Taleban, afirma acadêmico do MIT
Bary Posen diz que troca de comando não vai prejudicar planos dos EUA no Afeganistão, mas aponta estagnação
DE WASHINGTON
Para Barry Posen, diretor
do programa de estudos de
segurança do MIT (Instituto
de Tecnologia de Massachusetts), a troca de comando no
Afeganistão não prejudicará
o seguimento da contrainsurgência. O problema, diz, é
que nada indica que a estratégia dará certo.
Folha - O sr. concorda com a
demissão de McChrystal?
Barry Posen - Não acho
que havia escolha. O que
ocorreu é suficientemente estranho, além de desrespeitoso, para justificar a decisão
de removê-lo, apesar de ele
ter feito um trabalho bem decente numa situação difícil.
Mas trocá-lo por David Petraeus não vai prejudicar o
esforço no Afeganistão. Se falharmos, não será por isso.
Como o sr. vê a contrainsurgência no Afeganistão?
A contrainsurgência é um
conjunto de "boas práticas".
É preciso ter colaboração da
população; coletar informações de inteligência de pessoas comuns; limitar danos
colaterais; fortalecer o governo; pôr para funcionar forças
de segurança.
São coisas necessárias,
mas não significa que, se fizer tudo, você vai vencer.
A doutrina é um código de
práticas, não é um plano de
vitória. Sou cético quanto à
contrainsurgência em geral,
e, no Afeganistão, as cartas
não estão bem alinhadas.
A política de tentar cooperar com o Paquistão também
é arriscada. As forças paquistanesas são incapazes de
abandonar o Taleban. Os
EUA investem muito em derrotar uma entidade que tem
apoio de um grande Exército
do outro lado da fronteira.
Petraeus foi comandante no
Iraque. O sr. vê paralelos no
esforço nos dois países?
As boas práticas da contrainsurgência são as mesmas. Mas as condições são
diferentes. Por pior que seja o
governo iraquiano, é melhor
que o afegão.
Como o sr. vê a situação no
Afeganistão hoje?
Estamos estagnados. Não
estamos à beira da derrota,
ainda podemos manter a situação, se tivermos mais tropas e mais dinheiro.
Mas essa não é a questão.
Vamos gastar bilhões para ficar parados? Seria melhor
tentar lutar só contra a Al
Qaeda e depois sair do país.
Não é bonito, mas é melhor.
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