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Irã alardeia enriquecimento de urânio
Teerã afirma ter produzido 17 kg de urânio enriquecido a 20%, grau próprio para o uso médico, desde fevereiro
Prática foi justificativa de potências para não aprovar acordo entre Irã, Brasil e Turquia para troca de urânio
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O Irã anunciou ontem já
ter produzido mais de 17 kg
de urânio enriquecido a 20%,
grau próprio para uso medicinal, desde fevereiro, quando deu início a novo estágio
em seu programa atômico.
Segundo o chefe da agência nuclear iraniana, Ali Akbar Salehi, Teerã poderia
produzir cerca de cinco quilos por mês de urânio a esse
nível. "Mas não estamos com
essa pressa", disse Salehi.
O anúncio contraria pressões internacionais pela suspensão do programa nuclear
e ocorre duas semanas depois de o Conselho de Segurança da ONU aprovar nova
rodada de sanções ao país.
O Irã alega que precisa do
material enriquecido a 20%
para o seu reator médico de
Teerã, que produz elementos
para o tratamento de câncer.
A central esteve no centro
do acordo nuclear proposto
pela AIEA no ano passado e
ressuscitado, há pouco mais
de um mês, após mediação
de Brasil e Turquia, antes de
ser rejeitado por EUA e aliados, que lideraram esforços
por novas sanções na ONU.
Pelo texto, o Irã enviaria a
metade do seu estoque de
cerca de 2.400 kg de urânio
pouco enriquecido -próprio
para a produção de energia-
à Turquia e, um ano depois,
receberia 120 kg do urânio a
20% para utilizar em Teerã.
Os EUA e aliados alegaram
justamente a manutenção do
programa de enriquecimento
iraniano, a despeito do envio
do urânio à Turquia em eventual entendimento, para rejeitar o acordo sobre a mesa.
Há uma semana, Salehi
anunciara também planos de
construção de até quatro novos reatores médicos, sendo
que um ainda maior que o de
Teerã -datado dos anos 70.
O Ocidente suspeita que o
programa nuclear do Irã almeje a bomba atômica, o que
o regime iraniano nega, alegando ter apenas fins civis.
AMORIM EM TEERÃ
O Irã informou ontem que,
após conversa com seu colega iraniano, Manouchehr
Mottaki, o chanceler brasileiro, Celso Amorim, aceitou ir
"em breve" a Teerã com o
chanceler turco para discutir
"novos passos" do acordo.
No último fim de semana,
Amorim dissera que o Brasil
está interrompendo sua tentativa de mediação do impasse e só agiria caso chamado.
Em Sófia (Bulgária), Amorim disse ontem que o Irã tem
se mostrado flexível em relação às negociações mesmo
após as sanções e que cabe
ao país esclarecer as dúvidas
remanescentes no Ocidente.
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