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TERROR
Grupo que se diz ligado à rede Al Qaeda assumiu na internet ataques no balneário de Sharm el Sheikh, no mar Vermelho
Mortos em atentados no Egito já são 88
DA REDAÇÃO
Aumentou para pelo menos 88
o número de mortos no pior atentado terrorista no Egito desde
1981. As três explosões na madrugada de sábado no balneário de
Sharm el Sheikh, no mar Vermelho, feriram mais de cem. Um
grupo que diz ter ligações com a
Al Qaeda assumiu os ataques.
O atentado foi aparentemente
coordenado, marca das ações terroristas feitas em nome da Al
Qaeda. Dois carros-bomba, possivelmente conduzidos por suicidas, foram simultaneamente detonados à 1h15 (hora local, 20h15
da sexta em Brasília). Alvejaram o
hotel Ghazala Gardens, na luxuosa região da baía de Naama, e o
Antigo Mercado da cidade, onde
se reúnem egípcios que trabalham nos resorts.
Uma terceira bomba, que autoridades acreditam que estava dentro de uma bolsa, explodiu no
mesmo horário perto de um calçadão de praia muito freqüentado
por turistas à noite.
Entre os mortos, segundo o ministro do Interior, há pelo menos
oito estrangeiros. A agência de
notícias Associated Press (AP), citando fonte de segurança que não
quis se identificar, diz que entre os
não-egípcios mortos há cidadãos
de Reino Unido, Holanda, Kuwait, Arábia Saudita e Qatar. O
serviço diplomático da República
Tcheca confirmou que um cidadão do país também morreu.
Estação de mergulho
Segundo a agência Reuters,
também citando fontes hospitalares, há ainda 20 estrangeiros feridos, sendo nove italianos, cinco
sauditas, três britânicos, um russo, um ucraniano e um árabe-israelense. Mas o serviço diplomático britânico afirma que oito de
seus cidadãos foram feridos.
Sharm el Sheikh, com suas famosas formações de corais, há
muito tempo atrai pessoas interessadas em mergulho submarino. Europeus, israelenses e árabes
das nações produtoras de petróleo do Golfo Pérsico são seus principais freqüentadores.
O Ministério das Relações Exteriores da Itália diz que, no sábado,
havia cerca de 30 mil italianos
passando férias na cidade. Seriam
também 9.000 britânicos, de acordo com a associação de agentes de
viagens do Reino Unido.
Autoria
Várias horas depois da ação terrorista, um obscuro grupo, citando laços com a Al Qaeda do terrorista saudita Osama bin Laden,
assumiu os atentados em um comunicado na internet. A autenticidade do comunicado na web
não pôde ser confirmada.
A organização, que se chama
Brigadas Abdullah al Azzam da Al
Qaeda no Levante e no Egito, foi
um dos dois grupos que se disse
responsável pelos atentados de
outubro de 2004 em Taba e Ras
Shitan, outros resorts egípcios,
onde 34 pessoas morreram.
Uma alta autoridade egípcia relatou à AP que há indícios que
apontam, de fato, para uma conexão entre os ataques de ontem e
os de outubro, em Taba. "Temos
algumas provas, especialmente
sobre o carro que foi detonado no
Antigo Mercado", disse o ministro do Interior, Habib al Adli.
Reações
Protegido por forte esquema de
segurança, o ditador do Egito,
Hosni Mubarak, voou para
Sharm el Sheikh e foi diretamente
inspecionar o local da explosão
no hotel Ghazala. Na TV, disse
que "o objetivo deste ato covarde
foi solapar a segurança e a estabilidade do Egito e atingir a sua população e os seus hóspedes". "Isso
apenas aumenta a nossa determinação de caçar, acuar e acabar
com o terrorismo", afirmou.
Os Estados Unidos, Israel, a
União Européia e os países do
Oriente Médio condenaram os
atentados de sábado em Sharm el
Sheikh. A vizinha Jordânia anunciou uma operação para reforçar
a segurança em locais turísticos
do país.
O papa Bento 16 deplorou os
ataques. Chamou-os de "atos sem
sentido", e fez um apelo aos terroristas para que renunciem ao uso
da violência.
Com agências internacionais
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