São Paulo, domingo, 24 de julho de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros ANÁLISE O LEGADO Ela pavimentou o caminho para novas nomes do soul DE SÃO PAULO Se o público hoje venera a espetacular gordinha Adele e, certamente, vai admirar outras divas brancas de soul nos próximos anos, todas terão de agradecer a Amy Winehouse, que resgatou o gênero e deu a cara para bater. Enquanto o soul americano parece propriedade exclusiva de artistas negros e selos especializados neles, na Inglaterra o gênero sempre foi aberto a todos, independentemente da cor da pele ou da idade, mas desde os anos 1970 não existia uma cena consistente no país. Nomes como Lisa Stansfield, Simply Red, Brand New Heavies e, recentemente, Joss Stone correram o mundo e produziram seus disquinhos, mas não chegaram a contribuir para a construção de um "movimento". Amy pavimentou uma viasegura para novas gerações de inglesinhos querendo ser Dusty Springfield, Aretha Franklin ou Otis Redding. Depois dela, clubes de soul deixaram de ser ponto de encontro apenas de gente madura, e o selo americano Stax, sagrado para quem gosta dessa batida, reimprime seus clássicos para as lojas moderninhas de vinil em Londres. O gênero está tão consolidado no mercado que, aos primeiros sinais de que Amy enfrentava dificuldades para gravar um sucessor de "Back to Black", os selos britânicos lançaram-se atrás de "uma nova Amy". Nomes novos surgiram, como a galesa Duffy, que arrebentou no disco de estreia para depois gravar outro que fracassou. A loirinha deu o passo errado ao trocar o soul pelo pop no segundo trabalho. Ainda há tempo de retomar o trilho. Nomes já conhecidos nas rádios trataram de se repaginar. É o caso da inglesa Leona Lewis, que era pop descartável e agora afirma estar pronta para "retomar" suas "raízes soul". Acima de tudo, paira Adele. Aos 23 anos e dois álbuns, ela já conquistou a mesma popularidade de Amy, sem dar nenhum trabalho fora dos palcos. É afinada, potente. Para superar a antecessora, falta um pouco mais de transgressão musical. Seria pedir demais para a boa-moça Adele. (THALES DE MENEZES) Texto Anterior: Turnê brasileira deixou balanço decepcionante Próximo Texto: Foco: Looks inspirados nos anos 60 evocavam glamour e tristeza Índice | Comunicar Erros

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