São Paulo, Sábado, 24 de Julho de 1999
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VENEZUELA
Eleitores escolhem 128 representantes neste domingo
Chávez tenta evitar abstenção

em eleição para constituinte das agências internacionais

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, tenta evitar um alto índice de abstenção na votação para eleger a Assembléia Constituinte, que ocorre neste domingo.
Em discurso na sacada do palácio presidencial na noite de anteontem, Chávez afirmou que votará às 6h (horário em que se inicia a votação) e recomendou que seus adeptos acordem duas horas antes. "Às 4h, a hora do ataque."
O referendo em que foi aprovada a convocação da Assembléia Constituinte, realizado em 25 de abril, teve 62% de abstenção.
Analistas afirmam que os candidatos apoiados por Chávez devem ter 60% dos votos. A abstenção poderia chegar a 54%.
Pesquisa da empresa Consultores 21 mostra que 8 dos 10 candidatos preferidos entre os eleitores são da aliança que apóia Chávez, o Pólo Patriótico.
Seus adversários dizem que, se os partidários do presidente conseguirem a maioria, o Congresso, controlado pela oposição, e a Corte Suprema poderiam ser dissolvidos pela constituinte, levando a uma concentração de todos os poderes nas mãos de Chávez.
Chávez diz que a Assembléia Constituinte representa uma "revolução pacífica e democrática".
A Assembléia Constituinte terá seis meses para redigir a nova Constituição. No domingo, serão eleitos 128 dos 131 membros -3 representantes indígenas já foram escolhidos. Há 11 milhões de eleitores e 1.170 candidatos.
A atual Constituição venezuelana, a 26ª do país, data de 1961. Segundo Chávez, sob ela a corrupção floresceu e o sistema judicial serviu aos interesses dos ricos.
Chávez liderou uma tentativa de golpe militar em 1992. Com um discurso anticorrupção, venceu as eleições em dezembro.


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