São Paulo, sábado, 24 de agosto de 2002

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DIPLOMACIA

Iraque e Coréia do Norte estão entre parceiros

Acordos comerciais da Rússia com o "eixo do mal" irritam os EUA

DA REDAÇÃO

O governo russo, aliado dos EUA em sua guerra contra o terrorismo, desagradou ao governo americano nas últimas semanas com aproximações comerciais com Iraque e Coréia do Norte -classificados, ao lado do Irã, como "eixo do mal" pelo presidente George W. Bush.
Na semana passada, em meio a especulações sobre um ataque iminente dos EUA para derrubar o ditador iraquiano, Saddam Hussein, o governo russo anunciou um acordo de cooperação com o Iraque estimado em US$ 40 bilhões. Válido por cinco anos, o acordo facilita as relações comerciais bilaterais nos setores petroquímico, de transportes, de energia elétrica e de irrigação.
Ontem, o presidente russo, Vladimir Putin, reuniu-se por cerca de três horas e meia com o líder norte-coreano, Kim Jong Il, na cidade russa de Vladivostok, para tratar de assuntos econômicos, como a construção de uma linha de trem para ligar as Coréias do Norte e do Sul, o que daria à Rússia acesso à Coréia do Sul.
Na quarta-feira, o secretário da Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, emitiu uma advertência à Rússia, dizendo que a expansão do comércio com o Iraque poderia marcar o país como amigo "de Estados terroristas" e afugentar potenciais investidores.
"Quando a Rússia decide que quer ter relações com países como Iraque, Líbia, Síria, Cuba e Coréia do Norte, envia uma mensagem ao mundo todo de que isso é o que a Rússia acha bom fazer, lidar com Estados terroristas", afirmou Rumsfeld.
Decisões de líderes russos de aprofundar laços econômicos com o Iraque prejudicam a Rússia "porque pessoas ao redor do mundo, homens de negócios, podem tomar uma decisão: onde eles querem colocar uma fábrica?; onde querem investir?; com quem querem ter um relacionamento?", afirmou o secretário da Defesa.
As observações de Rumsfeld, feitas após um encontro com Bush em Crawford (Texas), foram as mais extensas feitas por um membro do governo dos EUA sobre novas ligações comerciais entre Moscou e Bagdá.


Com agências internacionais


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