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Resposta do Irã não satisfaz pedido da ONU, dizem EUA
Reação ambígua de Teerã a pacote antinuclear mantém divisão entre potências
EUA elogiam disposição ao
diálogo, mas já estudam os próximos passos; China
e Rússia defendem
que negociação continue
DA REDAÇÃO
A resposta do Irã ao pacote
de incentivos oferecido para
que o país congele seu programa nuclear não atende às exigências mínimas da resolução
aprovada no Conselho de Segurança da ONU, afirmou ontem
o governo dos Estados Unidos.
A reação inicial ao extenso e detalhado documento entregue
por Teerã na terça-feira, cujo
conteúdo ainda não foi divulgado, foi de cautela, mas refletiu a
divisão que marca o debate do
assunto entre os membros do
órgão das Nações Unidas.
"Nós reconhecemos que o Irã
considera sua resposta uma
oferta séria, e nós a estudaremos", disse Dana Perino, porta-voz da Casa Branca. "No entanto, a resposta não atende às
condições estabelecidas pelo
Conselho de Segurança, que
pedem a suspensão total e verificável de todas as atividades ligadas ao enriquecimento e reprocessamento de urânio."
No começo de julho uma resolução aprovada no CS da
ONU estabeleceu o dia 31 de
agosto como o prazo para que o
Irã suspenda seu programa nuclear, sob o risco de sofrer sanções. Antes, os cinco membros
permanentes do órgão -EUA,
Reino Unido, França, Rússia e
China- , mais a Alemanha (o
chamado 5+1) haviam oferecido um pacote de incentivos
econômicos e políticos em troca da cooperação iraniana.
É a este pacote que o texto
entregue na terça-feira por
Teerã responde. Seu conteúdo
ainda não foi divulgado, mas diplomatas que tiveram acesso à
resposta iraniana disseram que
ela traça um roteiro para a retomada das negociações, ressaltando o direito do país de desenvolver um programa nuclear para fins pacíficos.
Segundo a Casa Branca, o documento iraniano estava sendo
avaliado por diplomatas americanos "e aliados", que estudam
"os próximos passos", numa
alusão à recusa de Teerã em
suspender seu programa nuclear.
Em um Conselho de Segurança dividido entre os que defendem o endurecimento com
Teerã -principalmente EUA e
Reino Unido- e os que preferem a continuação do diálogo
-China e Rússia-, a França teve uma reação rápida e firme.
"O retorno à mesa de negociações está vinculado à suspensão do enriquecimento de urânio", disse o chanceler francês,
Philippe Douste-Blazy.
"Os iranianos dão a impressão de querer negociar seriamente, mas mas não parecem
dispostos a fazer concessões
significativas", disse à agência
France Presse um diplomata
europeu, que pediu para não
ser identificado.
Como era previsto, a Rússia
defendeu a continuação das negociações, assim como a China,
que pediu "medidas construtivas" a Teerã e paciência aos Estados Unidos e seus aliados.
Com agências internacionais
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