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ORIENTE MÉDIO
EUA condenam cerco a Arafat, mas defendem Israel no Conselho de Segurança da ONU
Bush critica Israel; Sharon ameaça Hamas
DA REDAÇÃO
O primeiro-ministro de Israel,
Ariel Sharon, afirmou que poderá
lançar uma operação militar para
combater o grupo extremista islâmico Hamas na faixa de Gaza.
O anúncio foi feito no mesmo
dia em que os EUA voltaram a criticar o cerco ao escritório do presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Iasser Arafat,
em Ramallah (Cisjordânia).
No Conselho de Segurança da
ONU, foi apresentada uma proposta de resolução condenando
Israel pelas recentes ações em Ramallah. Os EUA disseram que utilizariam seu poder de veto para
impedir a aprovação, que seria
votada ontem.
Autoridades militares israelenses disseram a uma rede de TV
que Israel, em caso de ação militar
na faixa de Gaza, poderia prender
e até mesmo expulsar o líder espiritual do Hamas, xeque Ahmed
Yassin, e Abdel Aziz Rantisi, principal líder do grupo.
"Gaza serve de base para o Hamas. Chegará o dia, quando nossas forças estiverem em condições, que atacaremos o Hamas e
eliminaremos a capacidade deles
[dos militantes do grupo" atuarem", disse ontem o primeiro-ministro israelense.
A afirmação de Sharon, além de
ameaçar o Hamas, serviu de resposta para comentários de jornalistas que o criticaram por atacar
Arafat, em vez de agir contra o
Hamas.
O grupo extremista assumiu o
atentado terrorista que matou seis
pessoas, além do suicida, em um
ônibus que circulava pelo centro
de Tel Aviv na quinta-feira.
Em resposta às ameaças de Sharon, dirigentes do Hamas afirmaram que Israel enfrentará uma
forte resistência caso queira realizar uma ampla operação militar
na faixa de Gaza.
Desde o início da Intifada (o levante palestino contra a ocupação
israelense), em setembro de 2000,
Israel não realizou nenhuma
grande operação militar na faixa
de Gaza, que envolvesse ocupação
com forças terrestres. Foram realizados bombardeios contra instalações da ANP e algumas incursões em campos de refugiados.
Uma ação militar na região é
bem mais difícil do que na Cisjordânia, pois a faixa de Gaza é mais
populosa, o que atrapalha a circulação de veículos militares. Até
agora, Israel tem concentrado as
suas operações na Cisjordânia,
onde ocupa a maioria das cidades.
Conselho de Segurança
Os EUA advertiram Sharon de
que o cerco a Arafat prejudica a
paz e as reformas palestinas. Essas
foram as mais duras críticas americanas ao governo do premiê israelense, Ariel Sharon, desde o
início da ofensiva contra o QG de
Arafat em Ramallah.
"A prioridade do presidente
[George W. Bush" é a paz. A paz é
mais bem garantida com novas
instituições palestinas, e o que Israel está fazendo é contrário a essa
causa e não ajuda", disse o porta-voz da Casa Branca, Ari Fleischer.
A mensagem de Bush, segundo
ele, foi encaminhada para Sharon.
No Conselho de Segurança, os
EUA apresentaram proposta condenado os atentados palestinos e
pedindo para Israel levantar o
cerco a Arafat.
A proposta foi uma reação dos
EUA, principal aliado de Israel, à
proposta de resolução que acusa
Israel pela violência, exige a retirada dos israelenses das cidades
palestinas e expressa preocupação com a situação humanitária
dos palestinos. Para os americanos, essa resolução defendia apenas um dos lados no conflito.
Em nota, o governo do Brasil
disse deplorar "a ação de Israel
nas cidades e em territórios palestinos e particularmente às ameaças a Arafat".
Em Ramallah, fracassaram as
negociações entre palestinos e israelenses para que o cerco a Arafat fosse encerrado.
Em Hebron (Cisjordânia), um
israelense foi morto e três pessoas
ficaram feridas após disparos de
um palestino. Todos eram de uma
família de Jerusalém. Ninguém
assumiu o ataque.
Com agências internacionais
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