|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ALEMANHA VOTA
Segundo pesquisa, conservadora é mais popular que chanceler pela 1ª vez desde início da disputa eleitoral
Alemães agora preferem Merkel a Schröder
MÁRCIO SENNE DE MORAES
DA REDAÇÃO
Um dia depois de uma pesquisa
do instituto Emnid mostrar que,
pela primeira vez desde o início
da disputa eleitoral, a conservadora Angela Merkel tem a preferência dos alemães para ocupar a
Chancelaria, os Verdes rechaçaram ontem oficialmente a possibilidade de se aliarem à União Democrata Cristã (CDU), reduzindo
ainda mais as chances de ela ficar
na chefia do próximo governo.
A pesquisa, realizada nos dias
20 e 21 deste mês -com margem
de erro de um ponto percentual
para cima ou para baixo-, apontou que 47% dos alemães preferem Merkel na Chancelaria, enquanto o chanceler (premiê) Gerhard Schröder ficou com 44%.
"Nós nos colocamos no campo
oposicionista. Diferenças ideológicas e de conteúdo intransponíveis nos separam atualmente",
declarou Reinhard Bütikofer, líder dos Verdes, após uma "histórica reunião" com Merkel.
Na verdade, as diferenças entre
os Verdes e os liberais do FDP,
que também fariam parte da coalizão com o partido ambientalista
e com os democrata-cristãos, são
ainda mais graves do que as que
separam os dois partidos que se
encontraram ontem em Berlim.
"A política externa, sobretudo
no que tange ao modo como a
União Européia tratará a intenção
turca de aderir ao bloco, separa os
Verdes da CDU. Contudo ao menos três pontos, nos quais os conservadores aceitam a posição dos
liberais, os distanciam do programa do FDP: a política de segurança interna, a política nuclear e a
reforma do sistema de saúde", explicou à Folha Elmar Altvater, reputado politólogo de Berlim.
Como os liberais descartam a
possibilidade de se unirem ao
Partido Social Democrata (SPD),
de Schröder, e aos Verdes, a última alternativa plausível continua
sendo uma grande coalizão entre
os dois maiores partidos alemães.
O problema é que tanto Merkel
quanto Schröder gostariam de
chefiar tal aliança, o que, na prática, os distancia da Chancelaria.
Desde anteontem, alguns pesos
pesados do SPD, como o prefeito
de Berlim, Klaus Wowereit, já falam na possibilidade da ocorrência de uma grande coalizão sem o
comando de Schröder.
Mesmo assim, o nome de Merkel ainda é malvisto pelos social-democratas porque, para eles, "os
alemães mostraram claramente,
na votação do último domingo,
que não a querem à frente do governo". Assim, embora discretamente, outros nomes começam a
ser cogitados nos bastidores.
Um candidato forte seria Christian Wulff, governador da Baixa
Saxônia -que era governada por
Schröder antes de este tornar-se
chanceler- e o político mais popular da Alemanha, segundo pesquisas. Todavia a CDU foi derrotada pelo SPD no Estado, o que
enfraqueceu sua posição.
Stasi
Parlamentares eleitos pelo Partido da Esquerda, que conta com
ex-comunistas da extinta Alemanha Oriental, deveriam ser investigados para esclarecer se colaboraram com a Stasi, a polícia secreta do regime comunista, segundo
Marianne Birthler, responsável
pelos arquivos secretos da Stasi.
Inicialmente, ela afirmou que
sete deputados eleitos pelo Partido da Esquerda, que teve 8,7%
dos votos e ficou com 54 cadeiras
no Bundestag (Câmara Baixa do
Parlamento), tinham sido "trabalhadores informais" da Stasi. Mais
tarde, Birthler declarou que o número pode ser mais baixo.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Manchetes Próximo Texto: Oriente Médio: Bahrein pode colocar fim a boicote a Israel Índice
|